
Não durou nem 24 horas a presença das tropas militares na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF). Logo na manhã desta quinta-feira (25), em reunião com um grupo de ministros, o presidente Michel Temer (PMDB) voltou atrás e revogou o decreto que autorizava o emprego das forças armadas na Capital Federal. A presença dos soldados, 1,5 mil homens do Exército e Fuzileiros Navais da Marinha, foi estipulada diante do caos provocado em meio ao protesto das centrais sindicais, quando vândalos encapuzados invadiram as sedes de ministérios e provocaram uma grande destruição.
O decreto de revogação foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União de hoje, enquanto o presidente Temer estava reunido no Palácio do Planalto com os ministros Raul Jungmman, da Defesa; Eliseu Padilha, da Casa Civil; Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência da República; Antônio Imbassahy, da Secretaria de Governo e com o general Sérgio Etchegoyen, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.
No decreto, Michel Temer pontua que, “considerando a cessação dos atos de depredação e violência e o consequente restabelecimento da Lei e da Ordem no Distrito Federal, em especial na Esplanada dos Ministérios”. Além de retirar o exército das ruas de Brasília, o presidente autorizou também a perícia em todos os imóveis federais e em toda a Esplanada dos Ministérios, a fim de identificar os culpados pelos atos de vandalismo.
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou aos jornalistas que, ao avaliar que a ordem havia sido restaurada, o presidente determinou a suspensão da operação de garantia da lei e da ordem. “A desordem não será tolerada. Não serão toleradas essas manifestações que descambem para o vandalismo e para a violência”, enfatizou. Segundo Jungmann, de 2010 a 2017, foram realizadas 29 ações de garantia da lei e da ordem, com o exército enviado às ruas.
Medida certa ou errada?
O decreto de quarta-feira foi criticado pelo governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg que, em comunicado, se disse “surpreso” com a medida adotada pelo presidente Michel Temer. Na nota, Rollemberg lamentou os episódios de violência que ocorreram durante a manifestação, resultando em depredação do patrimônio público e privado.
O objetivo do governo, ao autorizar a presença das Forças Armadas em Brasília, era de garantir a integridade dos prédios públicos na Esplanada dos Ministérios, bem como a segurança de servidores que lá trabalham, após um grupo promover o quebra-quebra em meio à manifestação ‘Ocupa Brasília’, das centrais sindicais, que protestavam contra o governo do presidente Michel Temer e as reformas da Previdência e Trabalhista.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pediu a presença da Força Nacional de Segurança na capital. O governo então determinou que tropas federais protegessem os prédios. O Palácio do Planalto disse que a decisão do presidente Michel Temer de usar as Forças Armadas foi tomada com base na informação de que não havia policiais da Força Nacional suficientes para atender à solicitação de Maia. A oposição criticou, duramente, o ato de Temer.