Fluxo de exportação tende a ser afetado após Operação Carne Fraca
Por Redação Publicado 23 de março de 2017 às 09:22

China e UE são dois dos principais destinos das exportações de carnes do Brasil – que alcançaram quase US$ 15 bilhões entre março de 2016 e fevereiro deste ano

Diante das conclusões expostas pela Polícia Federal no âmbito da Operação Carne Fraca, que investiga um esquema de corrupção envolvendo fiscais federais agropecuários e executivos e funcionários de frigoríficos no país, o fluxo dos embarques brasileiros de carnes certamente serão prejudicados, de acordo com fontes do governo e da iniciativa privada.

Até agora, nenhum país importador anunciou embargos formais e generalizados aos produtos brasileiros, mas é grande o número de pedidos de esclarecimento apresentados por companhias importadoras aos governos dos países compradores, incluindo China e diversas nações que fazem parte da União Europeia. China e UE são dois dos principais destinos das exportações de carnes do Brasil – que alcançaram quase US$ 15 bilhões entre março de 2016 e fevereiro deste ano.

Ainda assim, segundo apurou o Valor, interrupções do fluxo comercial são esperadas e o risco de que cargas já a caminho desses destinos sejam barradas nos portos e devolvidas é grande. Também poderão ser adotados embargos específicos contra o Paraná, onde está concentrada boa parte dos problemas sanitários derivados do esquema de corrupção investigado pela PF.

O Valor apurou que nos países do Oriente Médio, região também fundamental para os exportadores brasileiros, os esclarecimentos prestados até agora pelo governo e pela iniciativa privada foram bem recebidos e a pressão dos importadores é bem menor.

Segundo o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, se o governo for convincente nas explicações prestadas aos importadores, não haverá problemas mais sérios. “Mas precisa ser convincente”, afirmou Martins, ao chegar ao Palácio do Planalto, em Brasília, para uma reunião com o presidente Michel Temer e o ministro da Agricultura, Blairo Maggi. ABPA e Abiec, entidades que representam as empresas exportadoras, também participam da reunião.

Fonte: Portal do Agronegócio