Fazenda mineira se torna referência na produção de Gado Girolando ½ sangue de alta produção
Por Redação Publicado 9 de agosto de 2016 às 14:15

Localizada em Araxá, propriedade conta com vacas de menos de três anos e que produzem mais de 80 kg de leite por dia

O Brasil tem vocação agrícola. Temos terra, água, luz, tecnologia e, principalmente, pessoas capacitadas para fazer com que a atividade evolua em saltos. O país é um dos principais produtores e exportadores de alimentos, como soja e milho, de carne bovina, suína e aves, além do café, da cana de açúcar, entre outros. Não por acaso, o agronegócio brasileiro é o melhor do mundo. Mas um dos nossos principais produtos agropecuários, o leite, precisa acelerar o desenvolvimento de toda a sua cadeia.

O rebanho e a produção de leite no país precisam melhorar substancialmente em qualidade e quantidade. Uma pesquisa de 2014, publicada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), registrou a média diária de 4kg/leite por animal. Isso coloca o Brasil em 12º na lista de produtividade por cabeça de vaca, segundo levantamento divulgado pelo DEPEC (Departamento de Pesquisa e Estudos Econômicos). A vizinha Argentina aparece em 4º na lista, com produção média de 18kg/leite por animal.

MELHORAMENTO GENÉTICO

Nesse cenário de vacas de baixa produtividade, existem produtores dando exemplo de profissionalismo. A fazenda Congonhas, de Araxá (MG), há mais de 15 anos vem evoluindo o seu rebanho Girolando através de um sólido programa de melhoramento genético. A reprodução do plantel é feita exclusivamente utilizando-se doadoras de altas lactações comprovadas, seja ela da raça holandesa, em parceria com o criador Paranaense Adriano Kiers, ou no Gir Leiteiro, utilizando as melhores famílias da raça, com touros provados, em acasalamentos dirigidos, buscando bons sistemas mamários, alta capacidade produtiva, funcionalidade e longevidade.

Esse trabalho incansável tem gerado bons frutos. A genética da fazenda Congonhas vem se destacando nos principais torneios leiteiros do País, especialmente com vacas ½ sangue, de primeira cria, alcançando produções que ultrapassam os 80 kg/leite/dia. Entre os destaques, a recordista mundial de produção Candeia Wildman F. Congonhas, que produziu a média de 81,210 kg/dia, e Empreiteira F. Congonhas, que na Megaleite 2016 produziu 82,430 kg/leite, superando o recorde da Candeia. Outro destaque do plantel é a atual grande campeã nacional Girolando ½ – Estrelinha Fiv da PEZ.

“A base da raça Girolando é o ½ sangue, e é nosso principal foco, pois é a partir desse grau que definimos se trabalharemos com um gado mais voltado para o Zebu, para sistemas de produção menos tecnificados, ou se apuramos o gado mais no Holandês, fazendo o ¾, que é mais utilizado em sistemas de produção intensivos”, comenta Gustavo Aguiar, diretor da Congonhas.

O CAMINHO DO LEITE

Através das biotecnologias de reprodução, a genética desses grandes indivíduos pode ser multiplicada em escala. Isso possibilita que esse material genético superior esteja mais acessível aos produtores de leite, aumentando a pressão genética e, consequentemente, impactando na média dos rebanhos especializados, onde já é possível verificar fazendas com produção média superior à 26 kg/leite dia.

Adilvar Cardoso, zootecnista e consultor da G&C, destaca a importância de melhorar a genético das vacas. “Sem dúvida, o investimento em genética está entre as principais saídas para o melhoramento do rebanho do Brasil. Somos pioneiros nos programas de melhoramento voltados para o gado de leite mais adaptado. Somos também referência na exportação de genética e os nossos programas, mesmo sendo recentes, tem um grande volume de dados que tem sido de grande valia para todos os criadores”, avalia.

Fonte: Portal do Agronegócios