Falta de pediatras obriga ‘travessia’ em busca de atendimento em UPAs
Por Redação Publicado 7 de março de 2017 às 13:37

Moradora do Los Angeles –sul de Campo Grande–, a manicure Marta Samúdio Mota precisou ir ontem (6) pela manhã até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Coronel Antonino, no norte da cidade, para conseguir atendimento médico para a filha. “Minha filha está gripada há dias. É muito longe para mim, eu poderia levá-la à UPA Moreninhas, mas não dá para esperar até a noite”, disse ela, ao refletir uma realidade vivida por boa parte da população nos dias de semana.

Na escala médica divulgada ontem no site da prefeitura, apenas as UPAs do Coronel Antonino e da vila Almeida –oeste– teriam pediatras nos períodos matutino e vespertino. Nas demais UPAs e CRSs (Centros Regionais de Saúde), o atendimento pediátrico seria oferecido no período noturno –com exceção da UPA Santa Mônica e do CRS do Aero Rancho que, conforme as informações oficiais, não teriam o serviço à disposição.

A operadora de caixa Ingrid Maria mora no Caiçara –sul–, a algumas quadras da UPA do Leblon, e levou o bebê nascido há 15 dias ao Coronel Antonino. Lá, a queixa era relativa à demora. “Prejudica muito, ainda mais para um recém-nascido, que fica exposto às doenças, todo mundo vem ao posto contaminado e ele (o bebê) fica vulnerável”, disse. A UPA do Universitário e os CRSs do Aero Rancho e Coophavila 2 seriam opções mais próximas para Ingrid levar o bebê.

Escala é definida a partir da demanda e horários de fluxo
O problema enfrentado pela operadora de caixa também foi o da recreadora Daniela Moreira, que mora no parque dos Novos Estados –norte– e criticou a falta de profissionais no CRS do Nova Bahia, que é mais próximo da sua casa. “Lá quem atende é o clínico-geral,  é ruim se locomover de longe com um bebê doente”.

Na prefeitura informaram que, a distribuição e remanejamento de pediatras é feita por planejamento que identifica regiões de maior demanda e os horários de maior fluxo. Pela manhã e à tarde têm menos procura que à noite, tornando necessário aumentar o número de profissionais. “É o horário no qual pais estão em casa e eventualmente aproveitam para levar os filhos ao posto”, destacou nota da gestão. (Com Bruna Pasche).

Fonte: O Estado Online/Vivian Campos