Criada em 2012 pelos integrantes da banda Cine, Pedro Dash e Diego “DH” Silveira, a Head Media é o tipo de empresa que cresceu graças ao olhar atento dos jovens. A produtora fez seu nome no mercado apostando em produções de funk e hoje é procurada por importantes nomes do gênero como MC Guimê, Projota e Naldo. “Um amigo nosso foi trabalhar na Maximo Produtora e fez a ponte para começarmos a gravar alguns artistas de lá. Desde então, a procura por nossos serviços só tem aumentado”, explica Dash. “Hoje, o mercado de funk é muito rico e promissor”, completa.
Mas como o segredo do sucesso é não se acomodar mesmo quando a maré está boa, Dash e DH alçaram a Head Media a outro patamar. Além de produtora, a empresa passou a cuidar da identidade visual dos artistas e a produzir clipes. “Em agosto, daremos os próximos passos rumo à conquista do mundo”, diverte-se Dash. O produtor refere-se à nova parceria que está firmando com o videomaker Rafael Kent: juntos eles montarão um selo para gerenciar a carreira de novos talentos. Conheça um pouco mais do business e dos trabalhos realizados pela produtora na entrevista a seguir, feita com Pedro Dash.
SUCESSO! – Qual o papel da Head Media hoje no mercado?
Pedro Dash – Depois de muitos anos, finalmente conseguimos agregar todos os serviços possíveis sob um mesmo guarda-chuva. Além de produzir discos e canções, oferecemos ao artista a produção de fotos, clipes, webséries, identidade visual e social media.
Vocês trabalham de acordo com a demanda de cada artista ou oferecem sempre o pacote completo?
O trabalho é sob demanda. Há casos de cantores que nos procuram querendo orientação e apoio em todas as áreas. Mas também trabalhamos muito com nomes consolidados no mercado que, claro, já tem gravadora, diretor artístico e todo um case de sucesso – então, nesses casos, atuamos como compositores, arranjadores ou produtores (às vezes apenas de algumas faixas).
Que artistas famosos já apostaram na produção e direção musical da Head Media?
O mais emblemático deles é o MC Guimê. Ele revelou que fomos a primeira produtora que acreditou no seu trabalho e o incentivou a incluir outros elementos em sua música. Somos bem amigos e logo que o conheci, percebi que ele tinha um ótimo potencial. Apesar de continuar a ser respeitado nas ruas, Guimê conseguiu atingir também o mundo pop com a música “País do Futebol”, que teve a participação do Emicida e leva a assinatura da Head Media.
Vocês são especializados apenas em funk?
A ideia da produtora nunca foi fazer funk. Até 2012 tanto eu quanto o DH nunca tínhamos trabalhado com o gênero. Mas na época descobri que a Maximo Produtora estava procurando profissionais para gravar com seus artistas, então me candidatei. Passei um dia inteiro tentando entender os loops e beatbox do estilo e mandei algumas bases para o pessoal da empresa. Eles curtiram os trabalhos, mas preferiram não firmar uma parceria de imediado. Nesse meio tempo, os artistas da Maximo adoraram os nossos beats e passaram a nos procurar. Foi então que surgiu a parceria informal entre Maximo e Head Media. A primeira música de funk que fizemos foi Plim plim, do MC Danado. Daí passamos a trabalhar com outros nomes do escritório, como MC Rodolfinho, MC Lon e, mais recentemente, MC Taz, Pikeno & Menor e MC Dedê. Hoje, além da Maximo, trabalhamos em parceria com outras três produtoras.
Além de Guimê, quem são os outros artistas importantes com os quais a Head Media já trabalhou?
São vários. Recentemente, produzimos três faixas do próximo disco do Naldo, que sairá em julho. Juntamente com o produtor Marcelinho Ferraz (LCM Studios) fizemos o CD do Projota, “Foco, Força, Fé”. Deste CD, também assino a letra da faixa de trabalho “O Homem Que Não Tinha Nada” e “Elas Gostam Assim”, juntamente com o próprio artista e Danilo Valbusa. Ainda falando de Projota, o instrumental da faixa “Cobertor”, hit do artista em parceria com Anitta, foi feita na Head Media. Atualmente estamos produzindo o primeiro CD do Guimê e recentemente finalizamos a faixa “Solta Na Noite”, parceria entre Sorriso Maroto e Pollo.
Fora o trabalho de produção, vocês pretendem lançar novos artistas no mercado?
Sim. Para trabalhar este lado, fechamos parceria com o videomaker Rafael Kent, da Okent Films. No segundo semestre, estaremos com o nosso selo e, além de produzir, cuidar da gravação de vídeos, da identidade visual e redes sociais dos artistas, também assumiremos o gerenciamento artístico e agenda de shows. Por enquanto, estamos apostando em uma nova cantora de black music chamada Leona. Há também a Milkee, cantora nacional que será trabalhada apenas nos Estados Unidos com a ajuda de parceiros que moram lá.
Vocês também têm editora própria? Há a necessidade de toda produtora ter uma editora?
Se você já está fazendo toda a direção musical do projeto, não tem porque não cuidar da edição. Não é necessário, mas é legal ter a própria editora tanto pelo retorno financeiro quanto pelo controle sobre as obras. A edição come um quarto da arrecadação do bruto da música.
Você ainda acredita no CD como mídia?
Sim e não. O fã ainda compra o produto, por causa do encarte, daquela coisa física em mãos, de acompanhar as letras. Várias bandas vendem muito mais CDs em shows do que em lojas, por exemplo. Mas acho que logo mais vai surgir um substituto melhor pra essa mídia, que una a facilidade da música digital com o lance do gift.
Fonte: Portal Sucesso