Eternizado pelo bordão ‘cara, crachá’, Paulo Silvino morre aos 78 anos
Por André Farinha Publicado 17 de agosto de 2017 às 11:00
Paulo Silvino no Zorra Total, em 2010 (Foto: Blenda Gomes / TV Globo / Arquivo)

Humoristas não morrem, não, ficam eternizados na memória do público através de seus personagens marcantes e dos bordões que, por vezes, passam a fazer parte também do dia a dia popular. E assim será com o ator Paulo Silvino, morto na manhã desta quinta-feira (17).

Integrante do programa Zorra (antigo Zorra Total), da Rede Globo, é dele duas das frases mais conhecidas oriundas do humorístico: ‘cara, crachá; cara, crachá’ e ‘isso é uma bichona!’, sempre ditas pelo icônico personagem Severino, um porteiro que sempre era usado pelo diretor como ‘quebra-galho’ nas cenas que precisavam ser gravadas, mas que, por algum motivo, faltava algum objeto fundamental para a construção da mesma.

A morte do ator foi divulgada em um post publicado no Facebook pelo filho do artista, João Paulo Silvino, que fez uma homenagem ao pai. “Que Deus te receba de braços abertos meu pai amado”, disse.

Paulo Silvino tinha 78 anos, lutava contra um câncer no estômago, mas perdeu a batalha. Ele chegou a ser submetido a uma cirurgia no ano passado, porém o câncer se espalhou e a opção da família foi de que ele fizesse o tratamento em casa. Além de ser ator e humorista, ele também compôs e interpretou músicas e escreveu e atuou em peças e filmes.

Silvino fez de Severino um dos personagens mais populares do Zorra. O ator estreou na TV Globo em 1966, apresentando o Canal 0, programa humorístico que satirizava a programação das emissoras de TV – a mesma receita usada hoje pelo Tá no Ar. Antes, trabalhou no rádio e, na década de 1960, passou a trabalhar na TV Rio. Também esteve nas extintas emissoras Continental, Excelsior e Tupi. Atuou no SBT, na ‘Praça é Nossa’. Na Globo, estrelou programas como Balança Mas não Cai; Faça Humor, Não Faça Guerra; Uau, a Companhia; Satiricom; Planeta dos Homens; Viva o Gordo; e atualmente o Zorra.

“Ser comediante nasceu por acaso. Talvez seja pela minha desfaçatez, porque eu nunca tive inibição de máquina. Tenho tranquilidade com a câmera e tive vantagem em televisão por isso. O riso dos cinegrafistas é o meu termômetro”, disse Paulo Silvino, certa vez, numa entrevista.