
Após a rejeição, por parte da Justiça, para instalar a estátua do poeta Manoel de Barros no canteiro central da Avenida Afonso Pena, no trecho situado em frente ao hotel de trânsito do Exército Brasileiro, o Ministério Público Estadual (MPE/MS) recomentou ao Município de Campo Grande que a coloque nos altos da mesma avenida, mais precisamente em frente ao Parque das Nações indígenas ou na entrada do Parque dos Poderes, na avenida que recebe o nome do escritor.
A sugestão foi protocolada pelo procurador de Justiça e Coordenador do CAOHURB, Evaldo Borges Rodrigues da Costa, e pela promotora de Justiça Luz Marina Borges Maciel Pinheiro, na última quinta-feira (14), como forma de petição ao Juiz de Direito da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande.
De acordo com o pedido, a estátua poderia ser instalada no canteiro central dos Altos da Avenida Afonso Pena, próximo ao “M” da pré-homenagem ali já existente ao Poeta, ao lado do futuro “Aquário do Pantanal”. Outro lugar recomendado é o início da Avenida do Poeta, “habitat natural entre os quatis, pequenos símios, capivaras, aves e a flora nativa, onde poderia residir, poetando, em bucólica segurança, ambos os lugares para a eterna visitação pública da humanidade e dos seus personagens prediletos.”.
A polêmica em torno da estátua do poeta sul-mato-grossense acontece após a Justiça conceder um parecer favorável ao Exército, que impediu a instalação da homenagem no canteiro central da Avenida Afonso Pena, no trecho entre as ruas Rui Barbosa e 13 de Maio, devido à existência de um sítio arqueológico militar tombado pelo instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul.
Com isso, a Prefeitura ficou sem ter um local para instalar a estátua, construída pelo escultor Victor Henrique Woitschach à pedido do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul. A estátua é de bronze e pesa 400 quilos, o custo da obra foi de R$ 232 mil. A homenagem marca o centenário de Manoel de Barros, ocorrido em 2016, e foi entregue em Abril deste ano, após quase quatro meses de trabalho.
Na estátua, Manoel está sorrindo e sentado no sofá de sua sala. Enquanto o local exato para a instalação do monumento não é definido pelos órgãos competentes, ela permanece em exposição no Museu de Arte Contemporânea (Marco), em Campo Grande. Na última semana, a estátua foi exposta no Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo, durante o evento de lançamento da música que celebra os 40 anos da divisão do Estado.