Entregue há oito meses, residencial Nelson Trad apresenta problemas estruturais e moradores pedem ajuda da Câmara
Por Redação Publicado 27 de fevereiro de 2015 às 05:01

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Por Helton Davis

Paredes com infiltração, fissuras, vazamentos, luminárias em curto circuito, rachaduras, goteiras, e muito mofo. Esses são alguns dos diversos problemas apontados por moradores do condomínio Beladona, localizado no Residencial Nelson Trad, no Jardim Carioca, em Campo Grande, durante sessão realizada nesta terça-feira (24), na Câmara Municipal de Campo Grande.

CIMG4231 (2) Por meio de uma rede social, alguns moradores fizeram contato e pediram ajuda do vereador Otávio Trad (PT do B) para intermediar na resolução destes problemas, tendo em vista que o parlamentar atuou na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Homex, instaurada na época para apurar irregularidades cometidas pela construtora mexicana em empreendimentos imobiliários na Capital. A primeira etapa das unidades foi entregue há oito meses e os problemas estruturais dos apartamentos preocupam os condôminos. As obras foram executadas pela construtora Brookfileld Incorporações.

Segundo o síndico do condomínio que procurou o vereador na rede social, Zildo de Oliveira, as paredes apresentam várias rachaduras e fissuras. Por conta da infiltração, o cheiro de mofo tem incomodado principalmente aos moradores que sofrem com problemas de saúde. “Tem muita rachadura, infiltração, mofo. As pessoas estão em uma situação muito difícil e por isso estamos buscando apoio agora. Se já está assim em oito meses, imagina como estará daqui alguns anos? Tem de ser feito algo agora que ainda está na garantia”, explica.

CIMG4274Para o vereador Otávio Trad esta situação é semelhante às reclamações com o caso da construtora mexicana Homex, que foi investigada por uma CPI na Câmara Municipal, e não descarta a abertura de outra Comissão de Inquérito para resolver os problemas no Residencial Nelson Trad. “A semelhança dos problemas é muito grande. Só houve resolução no caso da Homex por conta da força que tem uma CPI”, ressalta.

Conforme explicou o vereador, as questões apontadas pelos moradores serão discutidas durante audiência pública a ser realizada dia 17 de março às 14h com a Comissão de Justiça e Comissão de Obras da Casa de Leis. “Esperamos ter mais facilidade dessa vez porque no caso da Homex, os representantes nunca compareceram e até então, a Brookfield é uma empresa idônea e com credibilidade no mercado”, declarou. Otávio adiantou que irá encaminhar um requerimento à prefeitura de Campo Grande e ao Governo do Estado solicitando dados à cerca das contrapartidas que a construtora teria de cumprir nas benfeitorias do residencial.

CIMG4277Além destes problemas estruturais, os condôminos criticam quanto à falta de infraestrutura da região. De acordo com a subsíndica, Norma aparecida Ortiz Mendonça, as principais reclamações são sobre a falta de Ceinf (Centro de Educação Infantil) e UBS (Unidade Básica de Saúde) na região. “As mães não têm lugar para deixar os filhos para que possam trabalhar. Também não tem nenhum posto de saúde por perto. Existem muitos idosos no residencial e eles precisam se deslocar de longe para conseguir uma consulta”, relata.

O residencial abriga 1.624 famílias, o que corresponde a aproximadamente 6 mil pessoas. “Construíram e não pensaram nas condições necessárias para atender a quantidade de moradores. Não tem estrutura adequada”, enfatiza.

Residencial Nelson Trad

Construída com recursos do programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, além de contrapartida do estado e município, a primeira etapa do Residencial Nelson Trad, foi entregue em junho de 2014 e a segunda etapa em novembro. Segundo dados oficiais, foram investidos R$ 90 milhões nos 808 apartamentos.

Para a construção, o governo federal subsidiou parte do investimento para as famílias e a outra parte paga pelo beneficiado em prestações de até 10% da renda familiar durante dez anos. Cada apartamento tem 43 m² de área construída, com dois quartos, cozinha, copa e área de serviço com o custo total de R$ 54 mil. Os imóveis estão divididos em cinco condomínios: Acácia, Jasmim, Tulipa, Beladona e Bromélia.

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