Após reunião com a prefeita Délia Razuk (PR) para discutir salário e melhores condições de trabalho na rede pública de saúde, representantes de enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem da Grande Dourados marcaram duas reuniões para definir se as demandas serão atendidas, uma nesta sexta-feira (7) e outra na próxima quarta-feira (12). Caso não haja um acordo nesta data, quando ocorrerá uma assembleia, a categoria poderá paralisar suas atividades.
Entre as principais queixas dos servidores está o valor pago pelos plantões, sem reajuste desde 2013, e o fim do pagamento por produtividade, que reduziu em 70% a remuneração dos auxiliares de enfermagem.
Segundo o presidente do Sindef (Sindicato de Enfermagem da Grande Dourados), Edvaldo Moreira, os servidores recebem entre R$ 80 e R$ 90 por dia de plantão trabalhado. “Um funcionário administrativo que trabalha no mesmo posto de saúde recebe mais que isso, pois é pago por horas extras. O ideal seria recebermos no mínimo R$ 200”, disse.
Um servidor que participava das manifestações em frente ao gabinete da prefeitura e que não quis ser identificado, deixou de receber R$ 1.300 mensais desde o fim do pagamento por produtividade, em dezembro do ano passado.
“Foi um corte que não esperávamos. Estou com contas atrasadas e água para ser cortada, mas tenho colegas que estão em situação ainda pior, sem se alimentar direito”, disse ao Dourados News. O salário base de um auxiliar de enfermagem é de cerca de R$ 1.400.
Pelo menos metade dos servidores que ocupam esse cargo sofreram a redução de 70% no salário, pois não conseguiram progredir na carreira, como estabelece o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR), que extinguiu o pagamento por produtividade. “O PCCR veio para valorizar quem teve oportunidade de estudar mais, mesmo que os profissionais façam exatamente o mesmo trabalho. Não é justo”, explicou o presidente do sindicato.
Até o fim desta semana uma comissão composta por membros do sindicato e da prefeitura discutirá a possibilidade de alocar um número maior de funcionários para trabalhar na próxima campanha de vacinação, considerado insuficiente pela categoria, segundo Moreira. “Até quarta-feira queremos chegar a um acordo quanto a remuneração por plantões e o dissídio coletivo, que em conversas informais a prefeitura disse estar disposta a conceder 8% ou 9%”, afirmou.
A prefeitura
Através de nota encaminhada pela assessoria de imprensa, a prefeitura destacou o encontro e recebeu as demandas da categoria. A prefeita Délia Razuk (PR) se comprometeu a analisá-las, juntamente com as secretarias de Governo e Saúde.
Ainda conforme o material distribuído, a reunião também definiu com os representantes do Sindenf que, inicialmente, acontecerá o direcionamento de uma demanda que reflete no trabalho dos profissionais na campanha de vacinação contra o vírus H1N1, prevista para maio.
A prefeita se comprometeu a analisar as demais solicitações com posteriores encaminhamentos diante de prioridades.
Fonte:Douradosnews