
O número de empreendedoras nas micro e pequenas empresas de Mato Grosso do Sul cresceu 24% nos últimos 10 anos. Atualmente, 102 mil mulheres são donas do próprio negócio no Estado, representando 25% do total de microempreendimentos existentes. As informações fazem parte de um levantamento realizado pelo Sebrae-MS neste mês.
O estudo revela que o segmento em que há mais empreendedoras atuando é o do comércio, com 49% das empresárias, seguido pelo setor de serviços, com 40%. No Brasil, as mulheres já somam quase a metade dos empreendedores que iniciam o próprio negócio, e 40% das empresas consolidadas no mercado são geridas por elas. É o caso da empresária Lochaine Rodrigues, proprietária da LR Contabilidade, microempresa que surgiu em Campo Grande no ano de 2014.
“Quando eu tinha 15 anos, comecei a trabalhar em um escritório de contabilidade do meu cunhado. Fiquei lá por três ou quatro anos, depois fui para outro escritório, onde fiquei mais dois anos”, lembra a empresária, que foi uma das vencedoras da etapa estadual do prêmio Mulher de Negócios em 2015.
Mais tarde, Lochaine foi convidada para trabalhar na área de contabilidade de uma usina de açúcar e álcool. Um ano depois, já estava trabalhando em uma multinacional produtora de óleo de soja, onde atuou de 2008 a 2011.
“Um pouco antes de sair de lá, comecei uma pós-graduação em MBA Executivo em Gestão Empresarial”, conta Lochaine, que à época arrumou outro emprego para arcar com a despesa dos estudos. “Quando eu saí da multinacional, queria abrir meu próprio negócio, tomar minhas próprias decisões”. Como precisava de mais dinheiro, ela decidiu procurar outro emprego. Neste período, passou a trabalhar na Fiems.
Esforço na formalização e capacitação marcam trajetória de empresária
“Em 2013, comecei a correr atrás da abertura da empresa”, diz a empresária, que usou o dinheiro da rescisão do contrato de trabalho na multinacional como capital de giro. Hoje, a LR Contabilidade tem três anos e a empresária conta com dois funcionários em sua equipe. “Comecei como MEI e hoje sou microempresa”, comenta Lochaine, que se formou aos 21 anos e aos 25 já estava pós-graduada na área de gestão.
Questionada sobre o progresso do negócio, a empresária se diz satisfeita. “Para crescer é preciso trabalhar bastante, mas não troco essa liberdade de tomar decisões pela estabilidade de um emprego”, afirma Lochaine, que busca se diferenciar no mercado oferecendo atendimento de qualidade, que atenda às necessidades de seus clientes. “Antes, eu ia muito atrás do cliente. Hoje, já temos muitas indicações e parcerias”, completa.
Fonte: O Estado Online/Rauster Campitelli