Em denúncia, MPE/MS pede que Alcides Bernal fique inelegível por 10 anos
Por André Farinha Publicado 25 de setembro de 2017 às 18:01

A compra de um imóvel milionário, situado no Edifício Parque das Nações, levou o Ministério Público Estadual (MPE/MS) a denunciar o ex-prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), por improbidade administrativa. Segundo o promotor responsável, Marcos Alex Vera de Oliveira, da 30º Promotoria de Justiça, o político comprou o imóvel cujo valor era superior à renda que possua quando chefe do Executivo Municipal, em 2013, avaliado em R$ 1,5 milhão.

A diferença, entre a renda e o total de patrimônio declarado pelo prefeito e o valor do imóvel foi apontada pela instituição investigativa em quase R$ 600 mil, montante este que o ex-prefeito não soube explicar de onde veio para cobrir o pagamento. Bernal sustenta em sua defesa que tinha recursos e condições para comprar o imóvel. Na denúncia, o promotor responsável pede o bloqueio de Bens do ex-prefeito no valor de R$ 2,3 milhões.

De acordo com o promotor, foi feita uma investigação sobre a renda e conta bancária de Alcides Bernal. A casa foi adquirida em 22 de Março de 2013, na época, Bernal já estava no terceiro mês do mandato. O valor de R$ 1,5 milhão teve a entrada de R$ 642 mil paga e o restante, R$ 858 mil, financiada pela Caixa Econômica Federal.

Segundo a investigação, parte do valor dado para a entrada, R$ 300 mil, foi a vista e o restante depositado entre 15 de fevereiro e 15 março de 2013. Os valores, para o promotor, seriam incompatíveis com o rendimento declarado por Bernal ao Fisco. Em 2012, o ex-prefeito teria auferido R$ 233,2 mil.

Alex também suspeita de irregularidades na negociação e venda do imóvel com superfaturamento da casa. Por estas razões, ele pediu o bloqueio de R$ 2, 5 milhões de bens do ex-prefeito, somando a quantia de R$ 642 mil (entrada) com a multa civil de R$ 1,9 milhão. Alcides Bernal também teve pedida pelo promotor a perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos de oito a 10 anos. A defesa do progressista vai recorrer.