Destaque como vilão na TV, Dalton Vigh fala sobre ansiedade para ser papai: "Expectativa"
Por Redação Publicado 21 de junho de 2016 às 14:19

Aos 51 anos, ator vive o mau caráter Raposo em ‘Liberdade Liberdade’, fala sobre personagens dos sonhos e revela que adoraria ter vivido o personagem Carlão na novela ‘Pecado Capital’

Aos 51 anos, Dalton Vigh é destaque no elenco de Liberdade, Liberdade. Na atual novela das 11, o ator interpreta o vilão Raposo e fala sobre a satisfação de atuar na trama. “É sempre estimulante fazer um personagem que requer uma composição mais elaborada”, diz ele, que teve um período de férias reduzido entre o fim de I Love Paraisópolis e o início de preparação para o folhetim.

Preparando-se para ser pai pela primeira vez, Dalton aguarda a chegada os filhos gêmeos, de seu casamento com a atriz Camila Czerkes. “Sempre quis ser pai”, disse.

QUEM: Você vinha de um personagem contemporâneo em I Love Paraisópolis e assumiu um papel de época emLiberdade, Liberdade. Dá mais trabalho na hora de compor o personagem?
DALTON VIGH:
Foi inesperado porque eu tinha acabado de fazer I Love Paraisópolis. Estava saindo de férias. Aliás, [a proposta veio] um dia antes da gente pegar o avião. Foi uma surpresa muito bem-vinda, não só pelo personagem que depois eu vim a descobrir, mas pelo fato do Mario Teixeira ter escrito o personagem e ter sugerido que eu fizesse. Nós, atores, sempre nos sentimos lisonjeados quando um autor confia no nosso trabalho e faz questão que seja você a interpretá-lo. Saí de férias já pensando no personagem, já tentando elaborar e compô-lo na cabeça, tentando imaginar como seria, foi muito bom. O Raposo nos acompanhou para Nova York, antes mesmo dele existir.

QUEM: Como foi o processo para chegar ao Raposo?
D.V.:
Como é uma novela de época, é mais trabalhoso. Não só por conta de figurinos e adereços que temos que aprender a “pilotar”, pois podem limitar a movimentação, mas também com a prosódia e caracterização. É sempre estimulante fazer um personagem que requer uma composição mais elaborada. Quanto maior o desafio, maior a recompensa. A preparação foi árdua, intensa, exaustiva, mas foi fundamental para fazer este personagem. A preparação física que tivemos – com equitação, tiro, aula de esgrima e tudo mais –, nos ajudou entender como eles eram, como era ser um homem dessa época. foi bem puxado: um mês de trabalho diário somado às leituras dos capítulos e palestras.

QUEM: Você precisou deixar a barba crescer para a novela. É verdade que só adota barba para fins profissionais, jamais por vontade própria?
D.V.:
Pelos personagens, eu fico de barba ou sem, mudo o cabelo… Tudo o que ajuda a compor, incluindo o visual, é bem-vindo e faço de bom grado e sem o menor incômodo. Agora, no dia a dia e quando não estou à serviço de algum personagem, tiro a barba.

QUEM: Como cuida da boa forma? É ligado nisso ou não?
D.V.:
Com a novela, foi necessário correr atrás de um preparo físico bacana. Afinal, o Raposo monta, faz tiro, esgrima. Comecei a ter uma constância na academia porque era importante pra construção da personagem. No entanto, confesso que agora não estou tão disciplinado como no começo.

QUEM: Ao longo da carreira, consegue eleger algum personagem preferido?
D.V.:
Eleger um favorito é muito difícil e seria injusto. Posso dizer que o Raposo é um dos meus preferidos, com certeza. Estou adorando fazer.

QUEM: Na vida pessoal, você se prepara para ser papai de gêmeos. Já tinha essa vontade?
D.V.:
Sempre quis ser pai. Estamos super felizes e na expectativa.

QUEM: Você já fez vários trabalhos na TV e no teatro. Tem vontade de se dedicar também ao cinema?
D.V.:
Muito!!! Já fiz nove filmes, mas tenho vontade de fazer mais e mais, sim. Estou com ideias de obras que pretendo produzir no cinema e no teatro, mas ainda é precipitado antecipar novidades.

QUEM: Qual seu papel dos sonhos?
D.V.:
Com o Raposo, eu realizei um sonho de infância, porque eu sou de uma época que as brincadeiras eram de polícia e ladrão. A gente brincava muito na rua. Brincadeira de moleque era volta e meia baseada em filmes de ação, desenhos, super-heróis… Agora, aos 51 anos, estou brincando do que eu brincava quando era moleque, com direito a muito dinamismo, lutas entre o bem e o mal, e ganhando para isso, o que é melhor. Estou começando a sentir falta de Shakespeare na minha vida. Nunca fiz Shakespeare e eu acho que tinha que fazer pelo menos algum texto dele. Gostaria de fazer Ricardo III. Adoraria ter feito o Carlão, protagonista de Pecado Capital, que na primeira versão foi interpretado pelo Francisco Cuoco – sou fã dele – e no remake foi interpretado pelo Eduardo Moscovis.

Fonte: Quem