
A deputada federal por Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina, teve recomendada, de forma unanime, a destituição do cargo de líder do partido (PSB) na Câmara dos Deputados. A decisão partiu do Conselho de Ética da legenda, em reunião na noite desta segunda-feira (16). A pretensão inicial do partido era expulsar a parlamentar e outros três deputados: Danilo Forte (CE), Fábio Garcia (MT) e Fernando Coelho Filho (PE), porém, uma liminar da Justiça impediu tal ação. Desta forma, os dirigentes optaram por outra medida, no caso, a destituição do cargo de líder.
Cristina tem votado de maneira favorável ao presidente da República, Michel Temer (PMDB), e tem atuado no sentido contrário as orientações da legenda. A gota d’água do Partido foi quando ela e os demais votaram a favor da reforma trabalhista. A expectativa é que os deputados do PSB retirem o cargo de líder de Tereza Cristina entre esta terça (17) e a quarta-feira (18).
Conforme as regras, para que a líder seja destituída, os deputados da sigla precisam recolher a assinatura de mais da metade dos integrantes da bancada, que hoje é formada por 36 parlamentares. Além dos quatro deputados, há mais nove parlamentares cujos processos ainda estão em análise pelo Conselho de Ética do PSB.
“Queremos um líder que cumpra as decisões do partido, que represente o partido e a posição majoritária da bancada, que é favorável à apuração dos crimes de que é acusado o senhor Michel Temer”, afirmou o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, após o encontro.
Expulsão só foi adiada
Conforme dito, Tereza e os demais parlamentares seriam julgados pelo Conselho de Ética do partido e seriam expulsos da agremiação política. No entanto, os deputados conseguiram uma liminar, assinalada pelo juiz Hilmar Castelo Branco, da 21ª Vara Cível de Brasília, que impediu o partido de julgar o assunto. O PSB recorreu da decisão, mas um desembargador do Tribunal de Justiça negou o recurso. O diretório agendou uma nova reunião para o dia 26 deste mês, onde, enfim, deverá expulsar os parlamentares.
“Nós não queremos mais esses [quatro] parlamentares no PSB. Eles devem procurar o seu destino. Temos o maior apreço pessoal por eles, mas do ponto de vista político estamos em total dissonância e não iremos permitir que o partido permaneça com a minoria querendo mandar na maioria. Isso é impossível. Quem quiser se ajustar às posições do partido, poderá fazê-lo. E os que não desejarem, que tomem seu rumo”, disse o presidente Carlos Siqueira.