A última edição da revista Isto É Dinheiro, que chegou às bancas neste final de semana, traz entrevista com o novo presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, Delcídio do Amaral (PT/MS), na qual ele fala sobre os desafios da CAE nos próximos meses e afirma que as medidas de ajuste baixadas pelo governo para melhorar o desempenho da economia só serão aprovadas se o governo negociar com o Congresso alguns pontos das propostas.
“Eu acho que elas serão negociadas. Assim como fizeram com o Imposto de Renda, haverá algum tipo de negociação. Elas não passam no Congresso do jeito que estão”, avalia Delcídio. “Haverá economia de gastos públicos, sem dúvida nenhuma. Mas as modificações podem alterar um pouco aquele espírito inicial de cortes, fazendo um ajuste importante, mas mais suave ao longo do tempo. O governo tem outros instrumentos, além das mudanças, que precisam da aprovação do Congresso. Tem o corte do Orçamento, o contingenciamento de gastos. O tamanho do ajuste fiscal é muito maior do que essas medidas”, assegura.
O presidente da CAE defende a meta do governo de se atingir um superávit de 1,2 % do PIB.
“O ajuste precisa ser feito. Mas o governo também precisa mostrar porque estão sendo feitos. É preciso retomar a questão das concessões, retomar o PAC 3. Com a aprovação do Orçamento, prevista para a próxima semana, retoma-se o pagamento dos PACs anteriores, as emendas que foram empenhadas começam a ser liberadas e os recursos enviados para as prefeituras. O governo precisa falar dos ajustes dentro de um contexto maior. Senão, fica uma agenda só negativa. E o governo não está conseguindo fazer isso. Eu conversei com o Nelson Barbosa sobre isso, também falei com a presidente Dilma Rousseff. Precisamos mostrar tudo o que precisa ser feito, e o que acontecerá com o País. Temos de perseguir a meta de 1,2% de superávit. É importante para atrair investimentos, para baixar a inflação. A inflação vai subir, isso é inegável, mas do terceiro trimestre em diante ela começa a cair”, acredita Delcídio.
A íntegra da entrevista a Isto É pode ser conferida no link abaixo: