
BC dá continuidade a intervenções no mercado de câmbio.
Na segunda-feira, moeda fechou quase estável, a R$ 2,7774.
O dólar opera em alta nesta terça-feira (10), passando do patamar de R$ 2,80 pela primeira vez em mais de dez anos, segundo a Reuters.
A alta vem em meio a persistentes preocupações com o futuro da Grécia na zona do euro, à expectativa de alta nos juros dos Estados Unidos e ao ceticismo do mercado sobre a Petrobras.
Por volta das 12h50, a moeda norte-americana era vendida a R$ 2,8227, em alta de 1,63%.
“As moedas emergentes têm sofrido de maneira geral, mas o cenário da economia brasileira está muito deteriorado”, resumiu à Reuters o operador de câmbio da corretora Correparti João Paulo de Gracia Correa.
Segundo ele, a volatilidade recente do câmbio tende a provocar saída de capitais externos. “Aquele estrangeiro que entrou aqui para ganhar juros quando o dólar estava a R$ 2,65 acabou perdendo dinheiro.”
Nesta sessão, as preocupações com a fraqueza da economia da China, importante parceiro comercial do Brasil e referência para investidores em mercados emergentes, foram corroboradas por dados que mostraram a inflação ao consumidor chinês atingiu em janeiro o menor nível em cinco anos.
O número alimentou o mau humor dos investidores internacionais, que tem sido sustentado pelo temor de que o impasse entre a Grécia e seus credores force o país a sair da zona do euro, o que poderia enfraquecer ainda mais a economia global.
“Parece haver algum movimento na posição grega que ainda pode formar as bases para um acordo”, escreveram analistas do Brown Brothers Harriman em relatório, segundo a Reuters. “Dito isso, os credores oficiais não parecem ter aliviado suas exigências em nada.”
No front doméstico, as crescentes expectativas de estagnação econômica e inflação de mais de 7% somavam-se às preocupações com o futuro da Petrobras, após a nomeação de Aldemir Bendine como presidente-executivo da estatal.
Investidores temem que a mudança no comando da petroleira, envolvida em um escândalo bilionário de corrupção, não se traduza em melhora operacional tão cedo.
O BC dá continuidade às intervenções diárias no mercado de câmbio nesta terça-feira, ofertando até 2 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólar, com vencimentos em 1º de dezembro de 2015 e 1º de fevereiro de 2016.
O BC faz ainda mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em 2 de março, que equivalem a US$ 10,438 bilhões, com oferta de até 13 mil contratos. Até agora, a autoridade monetária já rolou cerca de 36% do lote total.
Na segunda-feira, o dólar fechou quase estável, a R$ 2,7774, em baixa de 0,03%.
Fonte: G1