De hincha a protagonista: Calleri deixa arquibancada para liderar Argentina
Por Redação Publicado 4 de agosto de 2016 às 10:00

Dois anos depois de engrossar torcida pela seleção na Copa do Mundo de 2014, no Brasil, atacante volta ao país para ser referência do time que não terá Messi no Rio

“Brasil, decime que se siente”. O grito cantado aos quatro cantos do Brasil pelos argentinos durante a Copa do Mundo de 2014 tinha também a voz do hincha Calleri.

Desconhecido do grande público brasileiro e até hermano, ele passou pelas arquibancadas dos estádios locais quase sem ser notado e vibrou com a seleção. À época, o atacante havia acabado de sair do All Boys para o Boca Juniors.

Agora, dois anos depois, deixará a condição de torcedor para liderar a seleção ao lado de Angel Correa e do goleiro Rulli. Sem Messi, seu ídolo e por quem tem profundo apreço, vai buscar o tricampeonato nos Jogos. A caminhada começa nesta quinta-feira, às 18h, contra Portugal, no Estádio Olímpico Nilton Santos.

No São Paulo, Calleri escolheu a camisa 12 para homenagear uma torcida do Boca Juniors que se intitula o 12º jogador dentro de campo. Ninguém melhor do que próprio atacante para simbolizar isso com a Argentina na Olimpíada.

Novamente no Brasil, ele trocará a arquibancada pelo campo, os xingamentos pela raça, os gritos pelas finalizações. E não deve ter só vaias da torcida local no Rio.

Os 16 gols em 31 jogos pelo Tricolor renderam identificação meteórica e canção personalizada. Por isso não será surpresa caso o futuro reforço do West Ham, da Inglaterra, ouça um “toca no Calleri que é gol” de algum são-paulino com saudades do seu artilheiro.

Ao menos um hermano saberá cantar a música em português sem dificuldade: Guillermo Calleri. O pai do atacante foi seu companheiro de arquibancada durante a Copa do Mundo, alternou viagens entre Buenos Aires e São Paulo durante os cinco meses do jogador no Morumbi, e agora vai torcer pelo próprio filho com a camisa seleção Argentina na Olimpíada, motivo de orgulho. Ele desembarcou nesta quinta-feira no Rio para ver Jony, forma como o chama, de perto.

Tudo isso só foi possível graças à vaga na seleção herdada de Luciano Vietto, cuja liberação foi negada pelo Atlético de Madrid. Sem Messi e outros astros como Di Maria e Aguero, os hermanos ao menos terão um autêntico representante da arquibancada em campo.

Fonte: ge