Comércio da Capital tem o pior Abril dos últimos cinco anos
Por Ariel Moreira Publicado 13 de maio de 2017 às 09:06

O comércio campo-grandense registrou o pior mês de Abril dos últimos cinco anos, informou a Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG), por meio do levantamento produzido pelo Movimento do Comércio Varejista (MCV). Conforme os indicadores, o mês de Março atingiu 93 pontos enquanto que Abril foi de 82 pontos, ou seja, houve queda no número de vendas.

De acordo com o economista-chefe da ACICG, Normann Kallmus, o resultando também ficou cinco pontos abaixo do apurado no mesmo período de 2016.  “Desde novembro de 2016 não registrávamos indicador inferior ao ano anterior. Esse é o pior índice para o mês de março desde 2012, quando começamos a catalogar os dados”, conta.

Kallmus acredita que o que motivou a queda foi a sequência de feriados e da greve em dias úteis, além do conturbado cenário político. “Foram dias de ‘tempestade perfeita’ para o setor terciário local, que conviveu com uma inacreditável sucessão de feriados e pontos facultativos, o que reduziu as vendas e aumentou os custos de quem precisou trabalhar”.

Para o economista-chefe da ACICG, o mês de Maio é um mês importante para o varejo e 2017 deverá manter esta tendência. O feriado de Dia das Mães é uma das principais datas do comércio e a expectativa dos empresários é que as vendas para este dia representem um crescimento de ate 10% nas vendas.

Metodologia

O MCV/ACICG é um índice apurado a partir da evolução dos dados do setor, englobando as transações realizadas entre empresas e também entre consumidores e o comércio. Considerando a sazonalidade característica da atividade comercial, o MCV foi desenvolvido com base fixa definida pela média do desempenho do ano de 2014. O Índice é composto de dois outros sub índices que ajudam a avaliar sua evolução: o MCV-PF, que analisa as transações entre Pessoas Físicas e as empresas do setor terciário, e o MCV-PJ, que avalia as transações entre as empresas.

O MCV-PF de abril foi de 84 pontos, contra 88 no mesmo mês de 2016, 97 em 2015 e 92 em 2014. Normann Kallmus fala que, diferente do que ocorreu até março, o desempenho desse indicador não foi suficiente para gerar um crescimento em relação ao ano passado.

Também em queda, MCV-PJ de abril foi de 65 pontos contra 76 no mesmo período de 2016, e 93 em 2015. “Este continua sendo o maior problema registrado na análise do mês, que corrobora a tendência que temos observado nos últimos meses. O comportamento desses indicadores parece sugerir que estão ocorrendo duas alterações significativas no comportamento das empresas do setor que é responsável por mais de 75% do PIB (Produto Interno Bruto) em valores agregados do município”, avalia Kallmus.

“Em primeiro lugar, as empresas não estão fazendo estoque, o que pode ser observado a partir do comportamento muito similar entre os MCV-PF e MCV-PJ. Esse comportamento poderia ser até considerado dinamizador da atividade, não fosse o fato de que acaba simultaneamente reduzindo a velocidade de circulação da moeda e reduzindo as vantagens comparativas em relação à concorrência externa. O outro aspecto a ser destacado é derivado da observação do fechamento de empresas e da alteração da atividade principal, de revenda a representação. Nesse aspecto, os movimentos da administração do município, em especial da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia – SEDESC, parecem indicar um caminho promissor ao procurar intensificar as trocas locais, reduzindo a evasão de capital, o que terá como consequência um aumento da arrecadação”, completa.

Por André Farinha