Com seis gols de Victoria, Brasil goleia EUA na estreia do goalball feminino
Por Redação Publicado 8 de setembro de 2016 às 12:28

Seleção controla as americanas, rivais da final do Parapan de Toronto, e vencem por 7 a 3; arbitragem segue pedindo silêncio e pede até que bebê seja retirado da arena

Sem dificuldades, o Brasil venceu os Estados Unidos na estreia do goalball feminino na Paralimpíada. Dominando desde o início, a seleção triunfou por 7 a 3 com Victoria Amorim sendo a artilheira na Arena do Futuro com seis gols. Além da vitória, chamou mais uma vez a atenção os pedidos de silêncio dos árbitros, como já havia sido no jogo do time masculino, que passou pela Suécia por 9 a 6. O esporte é praticado por cegos e completamente orientado pela audição e tato. Durante o segundo técnico, a árbitra Dawna Christy chegou a pedir que um bebê fosse retirado da arquibancada por conta do barulho do seu choro.

– Fiquei muito feliz por essa estreia. Não esperava fazer seis gols, mas acho que posso melhorar. O time foi muito bem e até brincaram comigo que se eu fizesse seis gols elas iam comprar sorvete para mim. Então, agora vão ter que pagar – brincou Victoria Amorim depois do triunfo.

A seleção feminina volta a jogar na sexta-feira, 9, às 18h45, contra o Japão. Depois, pega Israel, na segunda-feira, às 10h15. Na terça-feira, a equipe fecha a primeira fase contra a Argélia, às 11h30. As quartas de final serão na quarta-feira, dia 14. Os quatro melhores times de cada chave avançam para o mata-mata.

O Brasil dominou completamente os Estados Unidos. No primeiro tempo, a seleção fez 5 a 1, com três gols vindo de cobranças de penalidade, todos com Victoria Amorim, que marcou mais um em lance normal de jogo. Ana Carolina anotou um. O gol americano foi marcado por Asya Miller, que naquela altura fazia 1 a 1. No segundo tempo, a seleção deslanchou com mais dois gols rápidos de Victoria Amorim, abrindo 7 a 1. Asya Miller descontou em seguida. Os EUA ainda fizeram mais um gol com Amanda Dennis, mas a seleção brasileira controlou e venceu.

– Esperávamos um jogo mais complicado. Fizemos a final do Parapan contra elas, mas isso mostra que evoluímos bastante. Do Parapan para cá, tivemos um ano de treinamentos intensos para melhorar cada vez mais e chegar para Paralimpíada na melhor forma possível. Nossas estratégias funcionaram – garante Simone, também do Brasil.

A segunda etapa também ficou marcada pelo insistente pedido por silêncio. Durante o início do segundo tempo, as árbitras canadenses Dawna Christy e Joelle Boulet, que usam microfones ligados ao sistema de som do ginásio, voltaram se irritar com as arquibancadas. Em determinado momento, Christy interrompeu a partida sistematicamente e pediu que a organização retirasse das arquibancadas um bebê que estava chorando e atrapalhando o andamento do duelo que precisa de completo silêncio para que os deficientes visuais ouçam o guizo e se orientem para saber para onde a bola está indo.

A MODALIDADE

O goalball foi criado em 1946 pelo austríaco Hans Lorenzen e pelo alemão Sepp Reindl. A ideia era ajudar na reabilitação de combatentes da Segunda Guerra Mundial que perderam a visão. O esporte entrou no cenário paralímpico em 1976, nos Jogos de Toronto. A modalidade é a única exclusivamente paralimpica, ou seja, não é adaptada de um esporte convencional. As regras e o jogo estão baseados na audição e no tato. A disputa acontece com duas equipes com três times cada, em uma quadra de 10m de comprimento por 9m de largura. As linhas são táteis, para que os jogadores se localizem. Em cada extremidade há um gol gigante, de 9m. Os atletas lançam a bola, que contém um guizo, e tentam marcar o maior número de gols possível.

Fonte: Ge