O Paraguai irá investir mais de R$ 3,4 bilhões para asfaltar 678 quilômetros de estradas rodoviárias que irão ligar o Brasil ao Chile, passando pelo Paraguai e a Argentina, na chamada Rota da Integração Latino-Americana (RILA), também conhecida por Rota Bioceânica. A informação foi garantida pelo ministro das Relações Exteriores do país vizinho, Didier César Olmedo Adorno, durante reunião com o grupo de empresários sul-mato-grossenses que está viajando pelo trecho proposto em um comboio formado por 25 caminhonetes.

Na promessa do representante do governo paraguaio, a rota internacional ficará pronta dentro de três anos. “Já licitamos o primeiro trecho, de Carmelo Peralta (fronteira com Porto Murtinho) e Marechal Estigarribia, de 277 km”, disse o ministro. Quatro empresas, de origem portuguesa, chilena, brasileira e argentina, disputam o leilão para executar o projeto. O segundo trecho, de 401 km, ligará Mariscal Estigarribia a Pozo Hondo.

O novo tronco logístico encurtará em 8 mil km o passeio dos produtos da região para a Europa e Ásia. Sem o asfalto do lado paraguaio, que cortará o Chaco, de Carmelo Peralta a Pozo Hondo, na fronteira com a Argentina, o projeto de integração comercial entre os quatro países não se concretizará.

Na avaliação dos participantes da caravana, o Paraguai não acompanhou o ritmo das obras estruturantes realizadas pelos seus vizinhos. O pior trecho da rodovia paraguaia que liga as fronteiras com Mato Grosso do Sul e a Argentina, a ser asfaltado, concentra-se entre Boquerón e Pozo Hondo, de quase 500 km.

Em Pozo Hondo, o secretário estadual de Infraestrutura, Marcelo Miglioli, se reuniu com a comunidade, ao lado da estrada, para dizer que o Governo de Mato Grosso do Sul tem a palavra do presidente Michel Temer de que a obra da ponte de concreto começa em 2018.

Ao deixar o Paraguai, a caravana seguiu por mais um trecho de terra em território argentino, logo entrando na rodovia 54 (asfaltada), que forma o eixo rodoviário proposto, chegando a cidade de São Sebastião de Jujuy. As autoridades argentinas garantiram que os 26 km de revestimento primário dessa rodovia serão pavimentados em 2018. O trecho mais crítico situa-se na fronteira com o Paraguai, na localidade de Passo de Jama, mas as obras já começaram.