Chico Buarque não costuma dar entrevistas. Mas, ele abriu uma exceção para o site brasileiro do jornal El Pais e falou sobre sua trajetória como escritor, música e até a fama de sedutor. Chico Buarque acredita que uma grande parte dessa fama foi inventada por outras pessoas:
– Não sei nada sobre isso. Sou tímido, um cidadão sério, um homem de família. Inventam histórias, criam lendas que não têm muito a ver com a realidade. Não sou o sedutor que comentam – disse Chico Buarque.
Chico confessa que está trabalhando mais na literatura do que na música nos últimos anos. Ele acredita que a idade influencia nesse processo:
– Componho menos do que aos 20. A música popular é mais uma arte da juventude, com o tempo você vai perdendo. No começo você tem um milhão de ideias, tudo em torno serve para fazer uma canção. Depois vai ficando mais insípido, menos inspirador – explicou Chico.
Sem lançar um disco de estúdio desde 2011 (Chico), o trabalho mais recente de Chico Buarque é o livro ‘O Irmão Alemão’, lançado em 2014. A obra foi baseada em fatos reais sobre a descoberta de seu pai, Sergio Buarque de Hollanda, ter um filho na Alemanha, no período em que era correspondente em Berlim para um jornal brasileiro.
– Soube exatamente em 1967, quando tinha 23 anos. Vinicius de Moraes, Tom Jobim e eu fomos visitar o poeta Manuel Bandeira, que já estava muito velhinho, em sua casa no Rio. E, então, falando disso e daquilo, Bandeira perguntou por meu pai, de quem era muito amigo: ‘Como o Sérgio está? Ah, quanto tempo não o vejo, vivemos tantas coisas juntos… Foi para a Alemanha, teve aquele filho…’. E aí soltou isso – disse Chico.
Fonte: RADIOBEAT