Casos de sífilis aumentam 17,55% em um ano na Capital
Por André Farinha Publicado 2 de outubro de 2017 às 17:00

Somente no decorrer deste ano, Campo Grande registrou 663 casos de sífilis. O número é 17,55% maior que o total contabilizado em 2016, quando foram 564 registros em mulheres (exceto gestantes) e homens. Se tratando apenas das gestantes, foram 296 casos de janeiro a setembro de 2017, no mesmo período do ano passado foram 303 diagnósticos, 73,26% do total registrado em todo o ano passado, quando 404 grávidas tiveram a doença confirmada.

Já o caso da sífilis congênita, que é transmitida da mãe para o bebê, foram 96 casos notificados este ano, no mesmo período de 2026 foram 106 notificações. Os casos atuais representam 71,11% dos apontados durante todo o ano passado, quando foram notificados 135 casos da doença.

No terceiro sábado de Outubro é celebrado o Dia Nacional do Combate à Sífilis Congênita e, para marcar a data, a Secretaria Municipal de Saúde (SESAU) vai lançar no dia 18 o Comitê de Prevenção da Sífilis Congênita e de Investigação da Transmissão Vertical do HIV, HTLV (vírus linfotrópico da célula T humana), Sífilis e Hepatites Virais para analisar as circunstâncias das ocorrências dos casos das doenças e quebrar a cadeia de transmissão em gestantes.

A sífilis é uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum e é transmitida de uma pessoa infectada para outra durante o sexo desprotegido, ou através da transfusão de sangue e da mãe infectada para o bebê durante a gestação ou no parto.

A doença pode se manifestar em três estágios e os maiores sintomas ocorrem durante as duas primeiras fases, período em que é mais contagiosa. O terceiro estágio pode não apresentar sintomas, e, por isso, dá-se a falsa impressão de cura da doença.

Entre 7 a 20 dias após o sexo desprotegido surgem os primeiros sintomas, que são pequenas feridas nos órgãos sexuais e caroços (ínguas) nas virilhas. Elas não doem, não coçam, não ardem e não apresentam pus. Mesmo sem tratamento, essas feridas podem desaparecer sem deixar cicatriz, todavia, a pessoa continua doente e transmitindo a doença em relações sexuais desprotegidas.

Algum tempo depois podem surgir manchas em várias partes do corpo (inclusive mãos e pés) e quedas dos cabelos. Esses sintomas também desaparecem, dando a ideia de melhora. Entretanto a doença pode fica estacionada por meses ou anos, até que surgem as complicações graves como cegueira, paralisia, doença cerebral e problemas cardíacos, podendo, inclusive, levar a morte.

Quando não há evidencia de sinais e ou sintomas, é necessário fazer um teste laboratorial. Mas, como o exame busca por anticorpos contra a bactéria, só pode ser feito trinta dias após o contágio.

Todas as pessoas sexualmente ativas devem realizar o teste para diagnosticar a sífilis, principalmente as gestantes, pois a doença na forma congênita pode causar aborto, má formação do feto e/ou morte ao nascer. O exame está disponível para a população em geral em todas as unidades básicas de saúde e são realizados pelos enfermeiros.

Durante a gestação o teste deve ser feito na 1ª consulta do pré-natal, no 3º trimestre da gestação e no momento do parto (independentemente de exames anteriores). O cuidado também deve ser especial durante o parto para evitar sequelas no bebê, como cegueira, surdez e deficiência mental.

Após o diagnóstico da sífilis, o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível e é recomendado pelo profissional de saúde. Os parceiros das gestantes também precisam fazer o teste e ser tratados, para evitar uma nova infecção da mulher. No caso das gestantes, é muito importante que o tratamento seja feito, pois é o único método capaz de tratar a mãe e o bebê. Nos casos de sífilis em bebê, a criança necessita ficar internada para tratamento por 10 dias. O parceiro também deverá receber tratamento para evitar a reinfecção da gestante e a internação do bebê.