Casa onde família foi morta em Porto Alegre passará por nova perícia
Por Redação Publicado 7 de junho de 2016 às 11:43

A casa onde cinco pessoas da mesma família foram mortas em Porto Alegre passará por uma nova perícia nesta terça-feira (7). Segundo o diretor do Departamento de Homicídios, delegado Paulo Grillo, mais de 30 pessoas já foram ouvidas, entre familiares, amigos e vizinhos. No entanto, as investigações ainda vão demorar, pois não há uma conclusão sobre o caso, tratado como um mistério.

As vítimas foram encontradas dentro de casa por uma familiar no bairro Jardim Itú-Sabará na tarde da última quinta-feira (2). Elas foram identificadas como Lourdes Felipe, 64 anos, mãe de Valmir Felipe Figueiro, 29 anos, e de Luciane Felipe Figueiro, de 32, além de João Pedro, 5 anos, e Miguel, de menos de um mês de idade, filhos de Luciane.

A hipótese mais forte, por enquanto, é a de execução nos moldes de um crime passional, uma vez que quatro dos corpos tinham marcas de tiro na cabeça. Apenas uma das vítimas tinha marca de tiro também em um dos braços. O bebê não tinha marcas de tiros, mas estava com o corpo estava embaixo da mãe. A perícia acredita que a criança pode ter morrido sufocada, ou com fome.

Apesar de terem sido encontradas drogas junto ao corpo de uma das vítimas, a polícia acredita que o calibre da arma indica que as mortes não foram provocadas por motivos relacionados ao tráfico de drogas. Além disso, uma das vítimas teria relatado ameaças de um ex-companheiro a um vizinho de bairro. No entanto, a polícia ainda não descarta nenhuma linha de investigação.

Vizinhos acharam que família havia viajado
A família era de Santa Catarina e viajava com frequência para o estado de origem, o que não fez os vizinhos desconfiarem do sumiço. Todos achavam que eles tinham viajado. Também, segundo vizinhos, ninguém foi visto saindo ou entrando na casa.

“Tiro? Pior que a gente não ouviu. Ninguém ouviu tiro, nenhum vizinho, nem a vizinha aqui na frente, ninguém ouviu”, disse o microempresário Joel Bica.

Os corpos só foram localizados quando a filha de uma das vítimas, que não morava com o restante da família, foi avisada e encontrou os parentes sem vida quando entrou na casa.

O último contato telefônico feito pela família, identificado pela polícia, foi no dia 24 de maio. O que aponta, segundo a investigação, que o crime possa ter acontecido nove dias antes de ser descoberto. Os corpos já estavam em estado de decomposição.

Nenhuma porta foi arrombada e a arma do crime não foi localizada, apenas munições de calibre 22. Uma das vítimas teria relatado ameças de um antigo relacionamento.

“Família de classe baixa, todos moravam naquela casa. Não trabalhavam, sobreviviam de uma pensão que o marido deixava”, completou o delegado Grillo.

Imagens de câmeras de segurança do bairro também são analisadas. Um celular colhido no local seria examinado, assim como as impressões digitais encontradas na casa.