Capital registra crescimento na receita, mas tem dificuldades diante de crise financeira
Por Redação Publicado 29 de setembro de 2017 às 19:00

A Prefeitura Municipal anunciou um crescimento da receita em relação ao 1° quadrimestre de 2017, mas avaliou a crise financeira do País prejudicial para o desenvolvimento financeiro do município, na Audiência Pública, realizada nesta sexta-feira (29), na Câmara Municipal de Campo Grande para prestação de contas do Poder Executivo Municipal.

De acordo com o titular da Secretaria Municipal de Finanças e Planejamento (SEFIN), Pedro Pedrossian Neto, “a taxa de crescimento da receita é relativamente boa, o IPTU cresceu no 2° quadrimestre e isso na crise que estamos é um resultado muito bom, tudo depende da arrecadação do município e dos nossos esforços. Nossa folha vem se mostrando controlada, o ITBI está crescendo, reativando o mercado imobiliário, o ISS cresceu também, começamos uma série de medidas na fiscalização o que acarretou um crescimento sensível desta arrecadação”, declarou.

“Quando olhamos o conjunto de todas as fontes que a prefeitura recebe, observamos que a prefeitura pode fazer um esforço grande, porém se o Estado e a União tiverem um comportamento ruim em suas receitas, vamos ser contaminados”, avaliou.

Os números completos da prestação de contas do Executivo podem ser conferidos CLICANDO AQUI.

Segundo o secretário, o crescimento da receita líquida é de 1,75 % no ano de 2017, “crescimento muito baixo, Campo Grande vinha em um ritmo de crescimento muito bom, mas estamos passando por uma situação que já prevíamos, vamos atravessar 2017 com dificuldade de crescimento da nossa receita, a prefeitura está arrecadando, mas União e Estado nos leva para baixo” complementou.

Ainda de acordo com o secretário, “a saúde apresenta um quadro preocupante, é sempre bom investir na educação e na saúde, porém quando você gasta 31% com a saúde, acima de sua obrigação de 15%, já deveria acender um luz vermelha, estamos investindo bastante na saúde e na educação, mas o município está sobrecarregado”, salientou.

Outro ponto destacado pelo titular da SEFIN foi o contrato com a Solurb e os serviços de tapa-buraco.  “O contrato com a Solubr é o mais pesado, nossa maior obrigação, precisamos encontrar uma forma de reduzi-lo, os serviços de tapa-buraco foram na ordem de R$ 31 milhões, não é tão alto comparado com os investimentos dos anos anteriores, mas foi necessário porque a cidade estava intransitada”, destacou.

“Espero com o Refis resultados em dois meses, estamos oferecendo um dos melhores Refis para o contribuinte, ele é expressivo, uma oportunidade real do contribuinte inadimplente quitar suas dívidas, este pagamento esperado deve-se ao fato da confiança depositada na gestão, a previsão com Refis  é alcançarmos R$ 38 milhões em dois meses”, citou.

Pedro Pedrossian Neto explicou também que será vendida a folha de pagamento aos bancos, através de um chamamento público na segunda quinzena de outubro. “Vários bancos estão interessados, hoje quem opera a folha do município é o Bradesco e o contrato vence em julho de 2018, mas iremos fazer uma venda antecipada”, anunciou.

“Nosso principal custeio é com hospital, Solurb, merenda, transporte, publicidade, mas sem dúvida alguma o hospital é nosso custo maior. A prefeitura repassa R$ 4.467 milhões para a Santa Casa, conversamos com o hospital, explicamos a situação financeira do município, eles estão buscando financiamento com os bancos e, em janeiro, a prefeitura vai pagar, não é o que desejávamos, mas é uma forma de atravessarmos a crise e não causar um caos na saúde” revelou.

Por fim, o secretário afirmou: “estamos jogando as despesas dos hospitais para janeiro, tem uma parte da Solurb, há questão da Omep e Seleta com as rescisões, começa ter um arrasto expressivo de restos a pagar, minha avaliação que vamos entrar com restos a pagar grande, mas menos do que recebemos, vamos fazer a venda da folha e vamos fazer o pagamento da folha, mesmo assim, é bastante preocupante porque você começa entrar no recurso do ano que vem, mas isso não é novidade, o País tem que crescer, não tem condições ficarmos com crescimento do PIB do Brasil em 1.2 %” acima do ano de 2010, disse.

O vereador Eduardo Romero demonstrou preocupação com o comprometimento orçamentário de 2018. “Diante das circunstâncias, me preocupo com o comprometimento do orçamento de 2018, os restos a pagar não vão diminuir, percebe-se que a arrecadação do tesouro tem sido insuficiente”, alertou.

Para o vereador João Cesar Matogrosso, “Agradeço a clareza na apresentação das contas, sempre objetivo, claro e transparente, parabenizo o trabalho da secretaria, nós estamos acompanhando e percebemos a mudança que a equipe da secretaria vem realizando em uma pasta tão importante para a nossa cidade”, enalteceu.