
Mais uma vez o presidente da República, Michel Temer (PMDB), saiu vitorioso na Câmara Federal. Por uma diferença de 18 votos, a maioria dos deputados votou pelo arquivamento da denúncia – a segunda no intervalo de dois meses. O placar final da votação foi de 251 votos pela rejeição (arquivamento) e 233 pelo prosseguimento da investigação; houve também duas abstenções e 25 ausências. O presidente, que durante o dia passou mal e precisou ser internado no Hospital do Exército de Brasília (DF), já está em sua casa.
Os deputados federais já haviam livrado Michel Temer de uma investigação, por prática de corrupção passiva. Na ocasião, em Agosto deste ano, o placar foi de 263 votos pelo arquivamento contra 227 pela continuidade. Se comparado com o quadro de hoje, o número de deputados favoráveis ao presidente na Câmara diminuiu, são 12 a menos, já o de parlamentares contrários aumentou em seis.
Da bancada federal sul-mato-grossense na Câmara, quatro foram favoráveis à investigação: Mandetta (DEM), Vander Loubet (PT), Zeca do PT e Dagoberto Nogueira (PDT). Outros quatro votaram pelo arquivamento da denúncia: Carlos Marun (PMDB), Tereza Cristina (Sem Partido), Elizeu Dionizio (PSDB) e Geraldo Rezende (PSDB). Dos partidos, Rede, PT, PCdoB e PDT foram unanimes ao votar contra Temer. No PMDB, partido do presidente, 51 votaram pelo arquivamento, seis deputados votaram em favor da investigação, um se absteve e dois faltaram.
Nesta nova denúncia, o presidente Temer é acusado de cometer crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça, juntamente com os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria Geral). Para a votação em plenário, os deputados aprovaram o relatório da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), elaborado pelo deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), que recomendava a rejeição da denúncia.
O resultado impede que Michel Temer responda aos crimes no Supremo Tribunal Federal (STF) durante o mandato e, consequentemente, evita o seu afastamento da presidência do Brasil. No entanto, não o livra de ser investigado. O presidente somente responderá às denúncias após a conclusão do mandato, em 31 de dezembro de 2018.