A Câmara de Vereadores de Campo Grande já está utilizando mais uma ferramenta de acessibilidade. A hashtag #PraCegoVer, para descrever imagens para os deficientes visuais, esta presente nas publicações das redes sociais (Instagram @camaracgms e Facebook https://www.facebook.com/camaracgms/) e no site da Casa de Leis.
No dia 10 de julho, foi publicada em Diário Oficial a sanção da Lei 6.478, de autoria do vereador Otavio Trad e assinada também pelo vereador Prof. João Rocha, para implementação do Projeto “#PraCegoVer” nas publicações de imagens nos sites e órgãos da Administração Pública Municipal Direta e Indireta.
A descrição é lida por sistemas de navegação. O site da Câmara, por exemplo, já conta com o sistema Audima, tecnologia que permite converter a leitura do texto das matérias divulgadas para áudio. Porém, os deficientes visuais não conseguiam ter acesso às imagens divulgadas no site camara.ms.gov.br. Agora, ao final de cada matéria – sobre projetos votados, Audiências Públicas realizadas, entre outros – haverá a descrição da imagem.
Nas redes sociais, os cegos ou pessoas com baixa visão podem utilizar os aplicativos leitores de tela, disponíveis em celulares ou computadores, que também promovem a conversão de texto em voz.
O vereador Otavio Trad destacou a sanção do projeto. “Agora é lei, na prefeitura, secretarias, fundações, agências e também na Câmara. Acessibilidade é fundamental para acesso às informações. A descrição das imagens é uma das vitórias para a acessibilidade em Campo Grande”, disse o vereador.
O vereador Prof. João Rocha, presidente da Casa de Leis, destacou que se trata de mais um passo na acessibilidade e inclusão social. “Promovemos a reforma da Casa para melhorar a acessibilidade e também abrimos vaga para intérprete de Libras no último concurso. Este é um projeto importante, pois queremos incluir todos os cidadãos nos trabalhos da nossa Câmara de Vereadores”, disse.
Sobre #PraCegoVer
A hashtag surgiu nas redes sociais em 2012, por meio de um projeto da professora especialista em Educação Especial, Patrícia Silva de Jesus, conhecida como Patrícia Braille. Passou a ser adotada por grandes empresas nacionais, internacionais e alguns órgãos públicos.
Para aperfeiçoar o conhecimento e fazer de forma correta a descrição das imagens, servidores da assessoria de imprensa da Casa de Leis participaram do curso de Ledor na Perspectiva da Audiodescrição, oferecido de forma on-line e ministrado pela Patrícia Braille.
Há algumas regras básicas a serem seguidas para a descrição #PraCegoVer, como forma de facilitar a compreensão dos deficientes visuais
1) informar o tipo de imagem que será descrita: fotografia, card, banner;
2) Comece a descrever da esquerda para direita, de cima para baixo. Ordem de leitura e escrita;
3) informar caso se trate de uma imagem em preto e branco ou tons de sépia, se for colorida não precisa, pois vai citar as cores posteriormente.
4) Descreva todos os elementos de um ponto da imagem, depois segue para o outro ponto, seguindo uma sequência lógica. Ex: tudo no rosto depois desce para o que está abaixo.
5) Escreva com períodos curtos;
6) Não emita opinião: não adjetivar; somente descrever com riqueza de detalhes;
7) Comece por elementos menos importantes e vá afunilado até chegar no ponto culminante da imagem contando o que está acontecendo;
8) Perceba se sua descrição responde a essas questões: “o que?, quem?, onde? e quando? “
9) Quando encerrar, colocar Fim da Descrição
Algumas dessas regras, inclusive, são mencionadas na Lei 6478, buscando criar uma sequência lógica de compreensão da imagem. O artigo segundo reforça que “a imagem deverá ser descrita sem quaisquer julgamentos ou opiniões”. Desta forma, fica garantido que o deficiente visual faça sua própria interpretação do que lhe foi apresentado.
Fonte : Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal