Cai a tornozeleira eletrônica de André Puccinelli
Por André Farinha Publicado 17 de maio de 2017 às 19:09
Ex-governador André Puccinelli é conduzido para PF e volta para casa com tornozeleira após operação Máquinas de Lama (Foto: Reprodução/TV Morena)

Durou pouco o suspense quanto ao futuro do ex-governador André Puccinelli (PMDB), ameaçado de ser preso por conta da 4º fase da Operação Lama Asfáltica. Nesta quarta-feira (17), o político foi ‘condecorado’ pelo Tribunal Regional Federal da 3º Região (TRF-3) com a liminar permitindo o uso do seu dinheiro, até então bloqueado pela própria Justiça, para o pagamento da fiança no valor de R$ 1 milhão. O mesmo órgão concedeu ao peemedebista o direito de retirar a tornozeleira eletrônica.

Na última quinta-feira (11), André foi um dos alvos da Polícia Federal na Operação Máquinas da Lama. Ele foi intimado para depor e para colocar a tornozeleira eletrônica, ficando impedido de deixar a cidade e sendo monitorado 24 horas por dia pela polícia. Para não ser preso, a Justiça estipulou uma fiança no valor de R$ 1 milhão e que deveria ser paga até sábado (20), no entanto, Puccinelli está(va) com seus bens bloqueados e não teria de onde tirar o valor milionário.

Conforme a investigação, durante o governo de André Puccinelli ocorreram diversas fraudes em processos de licitações e corrupção com dinheiro público. A suspeita é que o prejuízo aos cofres públicos seja de R$ 150 milhões somente com fraudes detectadas na 4ª fase da investigação.

Ainda de acordo com a PF, as investigações revelaram que a fraude em licitações e superfaturamento de obras eram feitas com documentos falsos para justificar a continuidade e o aditamento de contratos, com a conivência de servidores públicos, e para obtenção de benefícios e isenções fiscais. Os valores repassados como propina eram justificados, principalmente, com o aluguel de máquinas.

A quadrilha toda está solta

O TRF-3 também beneficiou outros investigados na Máquinas da Lama, trata-se do ex-secretário adjunto da Fazenda na gestão de André Puccinelli, senhor André Luiz Cance que foi preso na operação e agora já está em liberdade. Ele teria distribuído dinheiro de propina para o PMDB e o grupo participante do esquema.

Também preso, o empresário Mirched Jafar, proprietário da Gráfica Alvorada e que teria fornecido 100 mil livros infantis por R$ 11 milhões sem licitação à Secretaria do Estado de Educação (SED) como estratégia para lavagem de dinheiro, foi solto após a concessão da liminar.

Outro que deve ser beneficiado é o ex-servidor da SED, Jodascil da Silva, que teria autorizado a compra dos livros infantis citados anteriormente. Ele também teria arrecadado propina paga pela Concessionária Águas Guariroba, empresa que presta serviço de água e esgoto na Capital e que comprou milhares de cópias dos livros de André Puccinelli Júnior, filho do ex-governador.

O empresário e o servidor estão detidos no centro de triagem no Presídio de Segurança Máxima da Capital desde o último dia 11. A decisão favorável ao habeas corpus já foi comunicada à Justiça Federal e deve ser repassada ao estabelecimento penal, que procederá a soltura de ambos.