
Para o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi, afirma que o desafio do governo brasileiro é direcionar os recursos da China para as concessões
A CNI mapeou 11 segmentos de produtos que o Brasil possui vantagem competitiva para exportar, da indústria e da agroindústria, e que sofrem com barreiras para entrar na China. São eles: carne de aves, carne bovina, carne suína, café torrado, suco de laranja, soja (grão e óleo), vinhos, couros e peles, celulose e papel, produtos químicos, máquinas e equipamentos médico e hospitalares.
As barreiras chinesas são, em geral, sanitárias e técnicas. Para o suco de laranja, por exemplo, as tarifas de importação são diferentes conforme a temperatura do suco. O imposto de importação é de 7,5% para suco a -18°C e 30% para sucos importados acima desta temperatura. Essa diferença de tarifa desestimula o uso do sistema a granel e obriga as empresas a transportar por tambores.
O investimento chinês é importante para a economia brasileira, no entanto, a China ainda está mais focada nos setores intensivos em recursos naturais e em aquisições de empresas. Para o diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Abijaodi, o Brasil precisa saber direcionar os investimentos chineses para onde há mais carência no país, como as concessões de infraestrutura. “A agenda da indústria para a China tem três pontos: aumentar o acesso dos produtos brasileiros no mercado chinês, fomentar os investimentos de empresas chinesas em projetos estratégicos no Brasil e manter os instrumentos de defesa comercial”, afirmou Abijaodi.
“A China não é mais uma economia centralizada e também não é uma economia de mercado, existindo ainda controle de preços de insumos importantes e distorções no mercado de crédito do país, com empréstimos em condições mais facilitadas. Essas medidas desleais devem ser combatidas com medidas antidumping ou antissubsídios”, completou Abijaodi.
Fonte: Portal do Agronegócios