Bovespa avança após forte queda da véspera
Por Redação Publicado 25 de agosto de 2015 às 11:56

Na última sessão, bolsa fechou em queda de 3,03%, a 44.336 pontos.
Índice paulista segue na esteira da recuperação das bolsas europeias.

Após fechar no menor nível desde abril de 2009 na véspera, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de São Paulo abriu os negócios em alta nesta terça-feira (25), mesmo com o novo tombo das bolsas chinesas, e na esteira da forte recuperação dos mercados na Europa.

Às 12h17, o Ibovespa, principal indicador da Bolsa de São Paulo, subia 2,53%, a 45.457 pontos – interrompendo dois dias de queda nas sessões anteriores. Veja cotação.

As ações da Petrobras e Vale operam em alta após a forte queda do dia anterior. Outros destaques de alta são CCR, MRV, Smiles e CSN.

Na véspera, a bolsa brasileira chegou a cair mais de 6% em reação à derrubada das ações no mundo, mas acompanhou a diminuição das perdas nas principais bolsas do exterior.

Reação do BC chinês
Após o fechamento dos mercados na Ásia, o Banco Popular da China (banco central chinês)anunciou nesta terça que cortou suas taxas de juros e, ao mesmo tempo, afrouxou as taxas do depósito compulsório (reserva obrigatória feita pelos bancos) pela segunda vez em dois meses, como estímulo à economia e em apoio ao mercado acionário, cuja forte queda afetou o resto do mundo.

A forte turbulência nos mercados na segunda teve como pano de fundo as preocupações com a China, diante das indicações de que a desaceleração da economia chinesa poderá ser maior do que vêm indicando as projeções para o PIB (Produto Interno Bruto) oficial.

O índice CSI300, das maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, caiu 7,1% para 3.042 pontos, enquanto o índice de Xangai fechou com perda de 7,6% a 2.965 pontos. Na segunda, as bolsas chinesas afundaram mais de 8%.

No Japão, a Nikkei 225 de Tóquio fechou com perdas de 3,96%, embora tenha passado a maior parte do pregão estável em quase 1%. O segundo indicador, o Topix, que reúne os valores da primeira seção, caiu 3,25%. Em Hong Kong, a Hang Seng reagiu e fechou em alta de 0,72%.

Veja o comportamento dos principais índices nesta terça-feira (25):

Em operação
BOVESPA: alta de 1,83%, a 45.149 pontos
FRANKFURT alta de 4,61%
MILÃO: avanço de 4,70%
PARIS: alta de 4,37%

Índices fechados
XANGAI: caiu 7,63%, a 2.965 pontos
JAPÃO: recuou 3,96%, a 17.806 pontos
HONG KONG: avançou 0,72%, a 21.404 pontos

Temores na China
O movimento recente do banco central da China de desvalorizar o iuan, para incentivar as exportações, também levou a um choque negativo no apetite de risco e elevou a preocupação de contaminação no crescimento global.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) previu em seu último relatório que a China deve crescer 6,8% em 2015 – a menor taxa anual para o país em 25 anos. Entenda o que está acontecendo na economia chinesa.

Crescimento abaixo do esperado
“Todos os dados de atividade da economia chinesa apontam para uma desaceleração maior do que vem indicando o PIB (Produto Interno Bruto) oficial. E essa é a grande questão de fundo por trás dessa deterioração do mercado acionário”, disse à Reuters o analista Marco Aurelio Barbosa, da CM Capital Markets.

O professor de economia do Mackenzie Marcos Antonio de Andrade disse na véspera ao G1 que o mesmo suporte que o mercado chinês apresentou durante a crise de 2008, com sua política de investimento suportado pelo governo, agora sofre um grande “revés” e está causando instabilidade em todo o mercado mercado mundial.

Temor afetou mercados nos EUA e Europa
As bolsas nos Estados Unidos também foram afetadas na segunda, mas se recuperaram após as mínimas, ajudadas por uma recuperação nas ações da Apple. Os principais índices acionários permaneciam em território de correção ou perto dele.

O Dow Jones chegou a perder mais de 1 mil pontos nesta sessão, a maior queda em pontos de sua história. O índice norte-americano nunca tinha caído mais de 800 pontos em um dia.

As ações da Apple, que chegaram a cair 13%, reverteram o rumo e subiam. A alta da Apple ajudou Nasdaq e S&P 500 a voltarem de níveis em território de correção. Um índice é considerado em território de correção quando fecha 10% abaixo de sua máxima em 52 semanas.

Na Europa, o índice FTSEurofirst 300 fechou com queda de 5,44%, a 1.349 pontos e perdeu cerca de € 450 bilhões (US$ 521,42 bilhões) em valor de mercado – pior performance de fechamento desde novembro de 2008.

O índice chegou a cair 7,8% durante a sessão, maior queda intradia desde outubro de 2008, pouco depois da falência do banco de investimentos norte-americano Lehman Brothers. O termômetro fechou acima das mínimas mas permaneceu em vias de marcar a pior queda mensal desde 2002. Seu valor de mercado diminuiu em mais de um trilhão de euros desde o início do mês.

Véspera
Na última sessão, o Ibovespa, principal indicador da Bolsa de São Paulo, caiu 3,03%, a 44.336 pontos. Veja cotação. É o menor nível desde abril de 2009, e também a maior queda diária desde dezembro do ano passado. No mês de agosto, a bolsa já caiu 12,83%, e no ano, acumula queda de 11,34%.

Fonte: G1