Resultado coincide com expansão de 2% do varejo
RIO – A economia brasileira cresceu 0,2% em novembro contra o mês anterior, quebrando uma sequência de três meses de queda, conforme o Banco Central, que divulgou na manhã desta sexta-feira seu Índice de Atividade Econômica da autoridade monetária (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) calculado pelo IBGE. Desde julho o índice não apresentava taxas positivas.
Para o economista André Perfeito, da corretora Gradual, o resultado positivo se deveu aos bons resultados do varejo, que avançaram 2% em novembro, conforme o IBGE.
– Essa variação positiva pode não se repetir – apontou o especialista.
Apesar da alta da atividade em novembro em relação ao mês anterior, o índice caiu 2,08% em comparação a novembro de 2015. Nos doze meses até novembro, há uma queda acumulada de 4,96%, segundo o BC. Com o resultado positivo, a retração em 2016 é de 4,76%.
Dados da Fundação Getulio Vargas confirmam a expansão da atividade em novembro. O Monitor do PIB-FGV, também divulgado nesta sexta-feira, aponta avanço de 0,67%, no mês de novembro, em comparação a outubro.
Apesar do crescimento da economia em novembro, a taxa trimestral móvel encerrada em novembro recuou 0,87% contra o trimestre imediatamente anterior (junho, julho, agosto). Comparada com o mesmo mês de 2015, a taxa mensal do PIB em novembro apresentou queda de 1,5%. Embora seja uma taxa negativa, é a menor apresentada em 2016, nesta comparação, destaca a FGV.
A economia continua estagnada no vermelho, com consumo das famílias e formação bruta de capital fixo – que poderiam ser os motores para a recuperação – registrando variações negativas ao longo dos últimos trimestres, explica Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB-FGV.
AVANÇO DO VAREJO
De acordo com o IBGE, em novembro de 2016 o comércio varejista avançou 2% sobre o mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais. O resultado interrompeu uma sequência de quatro taxas negativas. Nessa mesma comparação, a variação na receita nominal foi de 0,9%. Para o volume de vendas, o aumento de novembro compensou, em parte, a perda acumulada de 2,3% entre julho e outubro.
O último dado publicado pelo BC, divulgado em 15 de dezembro, mostrou queda de 0,48% na atividade econômica em outubro, abaixo da expectativa do mercado financeiro (0,58%), no quarto mês seguido de queda.
O IBC-Br foi criado pelo BC para ser uma referência do comportamento da atividade econômica que sirva para orientar a política de controle da inflação pelo Comitê de Política Monetária (Copom), uma vez que o dado oficial do Produto Interno Bruto (PIB) é divulgado pelo IBGE com defasagem em torno de três meses. Tanto o IBC-Br quanto o PIB são indicadores que medem a atividade econômica, mas têm diferenças na metodologia.
O indicador do BC leva em conta trajetória de variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (indústria, agropecuária e serviços).
Já o PIB é calculado pelo IBGE a partir da soma dos bens e serviços produzidos na economia. Pelo lado da produção, considera-se a agropecuária, a indústria, os serviços, além dos impostos. Já pelo lado da demanda, são computados dados do consumo das famílias, consumo do governo e investimentos, além de exportações e importações.
Fonte: O Globo