Barrios se inspira no Dortmund e busca 100% no Palmeiras: "Serei outro"
Por Redação Publicado 6 de outubro de 2015 às 10:50

Atacante paraguaio critica alto número de jogos no Brasil, acredita em evolução do Verdão e assegura: quando estiver em plenas condições, fará alegria da torcida

Lucas Barrios foi contratado pelo Palmeiras em meio à disputa da Copa América. Então vinculado ao Montpellier, da França, o atacante paraguaio não teve tempo para descanso: saiu diretamente da temporada europeia para enfrentar a rotina de jogos do futebol brasileiro. Adaptou-se rapidamente ao clube, virou titular sob o comando de Marcelo Oliveira, mas ainda não atingiu 100% das suas condições físicas. Fato que ele próprio admite e que já lhe permite uma projeção mais otimista para a próxima temporada.

– Não é fácil. Eu venho de uma temporada exigente. Mas ninguém vai entender isso, que você vem de uma série de partidas, com a Copa América depois, concentrações… O que importa hoje é resultado. O resto fica em segundo plano na hora de fazer uma análise. Aos poucos vou me sentindo melhor. É um momento de adaptação que estou passando. Tenho bem claro que, quando estiver 100%, serei outro Lucas Barrios – afirmou, em entrevista exclusiva ao GloboEsporte.com.

Barrios foi o 25º reforço do Palmeiras, em uma temporada marcada pela reformulação do departamento de futebol do clube. Contratado para suprir a ausência de um centroavante com características de pivô no elenco, ele trata o Borussia Dortmund, clube pelo qual passou entre 2009 e 2012, como exemplo para o Verdão nos próximos anos.

Quando o paraguaio chegou à Alemanha, o Dortmund fechou uma campanha regular no torneio nacional. Foi apenas o quinto colocado, garantindo apenas vaga na Liga Europa. Nos anos seguintes, com a base da equipe estabelecida, o Borussia conquistou o bicampeonato alemão e voltou a ganhar os holofotes em âmbito nacional.

– Temos uma boa equipe, mas temos de conhecer os jogadores. Quando cheguei ao Borussia Dortmund, a equipe tinha acabado de se classificar à Liga Europa. Custou para termos uma base no primeiro ano. No segundo e no terceiro anos fomos campeões. Faz falta um período de adaptação – argumentou.

Agora com a camisa 8, sua preferida desde o início da carreira, Lucas Barrios quer fazer história no Palmeiras e ampliar seu legado “global”. Ele já atuou na Argentina, no Chile, no México, na Alemanha, na China, na Rússia e na França. Terá sucesso no Brasil? Ele assegura que, com a paciência da torcida, marcará seu nome vestindo verde e branco.

GloboEsporte.com – Como está sua adaptação ao futebol brasileiro?
Lucas Barrios – Apesar de ser recém-chegado, acredito que cada dia me sinto melhor. Meus companheiros me ajudam muito a me adaptar. Chegaram muitos jogadores novos, é uma equipe que ainda está se entendendo. Se seguir dessa maneira, dará muitas alegrias à torcida.

Qual foi a maior diferença que você sentiu em relação aos outros países onde atuou?
A quantidade de partidas que se joga no Brasil. Na Europa, você joga o campeonato, a Copa e, se estiver classificado, a Liga dos Campeões em um ano. Aqui você joga muito mais. Por isso também acho que há muitos lesionados. São muitas partidas, você está sempre fora de casa. Essa é a principal diferença do futebol daqui.

Você vem de uma temporada no Montpellier, de uma Copa América, e agora tem uma longa maratona de jogos no Palmeiras… Isso dificulta a adaptação?
Não é fácil. Eu venho de uma temporada exigente. Mas ninguém vai entender isso, que você vem de uma série de partidas, com a Copa América depois, concentrações… O que importa hoje é resultado. O resto fica em segundo plano na hora de fazer uma análise. Aos poucos vou me sentindo melhor. É um momento de adaptação que estou passando. Tenho bem claro que, quando estiver 100%, serei outro Lucas Barrios.

O que você gosta de fazer no tempo livre em São Paulo?
Gosto de ficar com a minha família. De sete dias, você fica três em casa. Gosto quando meus pais vêm pra cá, gosto de conhecer São Paulo, agora que tudo está tranquilo e tenho uma casa. É tudo novo para nós, mas estou gostando muito de jogar no Brasil. Conhecer o futebol daqui é uma experiência nova.

Seu filho sempre está no CT do Palmeiras. Ele pretende ser jogador também?
Meu filho está na Argentina. Quando ele vem para cá, gosto de trazer aos treinamentos, para ele ver se gostará de jogar futebol ou não. Eu gostaria muito. Jogar futebol é algo lindo.

Você ganhou a confiança do Marcelo Oliveira rapidamente…
Fico muito agradecido ao clube e ao treinador pela confiança por ganhar uma vaga na equipe. Quero retribuir com gols e trabalho, me preparando para a próxima temporada, que acredito que será muito boa.

O Palmeiras precisa de mais tempo para chegar ao nível ideal?
Temos uma boa equipe, mas temos de conhecer os jogadores. Quando cheguei ao Borussia Dortmund, a equipe tinha acabado de se classificar à Liga Europa. Custou para termos uma base no primeiro ano. No segundo e no terceiro anos fomos campeões. Faz falta um período de adaptação.

Esse time está pronto para ser campeão?
Não sei se estamos prontos. Temos de demonstrar isso na semifinal (da Copa do Brasil). Ganhamos do Fluminense por 4 a 1 no Maracanã (no Brasileirão), mas não será a mesma partida. É uma equipe forte. Temos de fazer uma boa partida, como contra o Inter, e encontrar uma maneira de chegar à final.

Se você pudesse fazer um pedido à torcida do Palmeiras, qual seria?
Peço que tenham paciência com a equipe. Nós queremos dar alegrias a eles. Foram momentos difíceis para o clube nos últimos anos. Ver o estádio cheio, com todos gritando, quer dizer que estamos fazendo bem as coisas. Teremos uma semifinal agora e estamos lutando pelo G-4.

Fonte: Ge