Ativista e estudante de mestrado, Maria Paula volta à TV, fala do ‘Casseta’ e diz que não pensa no terceiro filho
Por Redação Publicado 15 de abril de 2016 às 08:58

Maria Paula, que participou por 17 anos do “Casseta & Planeta Urgente”, reencontrará o grupo no novo programa deles no Multishow. Trata-se de um mockumentary (um falso documentário) sobre como estão os humoristas atualmente.

– O público é muito carinhoso. A galera mais velha me chama de Dona Casseta até hoje. Já a molecada fala mais do cinema, pois o filme ‘De pernas pro ar’ marcou bastante – conta.

Maria Paula terá que conciliar as gravações do programa, ainda sem data de estreia definida, com os trabalhos em “A liga”, da Band. Contratada como repórter da nova temporada, que estreia na próxima segunda, 18, ela diz que está adorando a experiência:

– Nos próximos episódios, vamos falar de pacificação dos morros cariocas (ela fez matéria no Complexo do Alemão) e do movimento do funk paulista, chamado Fluxo. Gravei na favela de Heliópolis com MC Bin Laden e MC 2K. O movimento está bombando, é muito maneiro. Pena que, no dia que fui, a polícia chegou e todo mundo saiu batido. E o mais punk foi acompanhar o trabalho do pessoal da Delegacia de Homicídios de São Paulo. Quando eles encontraram um cemitério clandestino, foi bem forte.

Além disso, Maria Paula conta que tem virado noites escrevendo sua tese do mestrado de psicologia na Universidade de Brasília (UnB), cidade onde mora atualmente.

– São narrativas de mulheres que dão à luz dentro da cadeia. Há três anos venho trabalhando nisso, junto aos ministérios da Saúde e da Justiça. Faço palestras para elas sobre a importância da criação de vínculo afetivo com os bebês. Tem muito a ver com meu estudo em psicologia. Quando bebê é bem acolhido pela mãe, eles vão melhor na escola, se saem bem socialmente. Lá na frente, quando receberem um estímulo negativo, não responderão com agressividade, pois, se ganharam amor, vão lidar de forma equilibrada com as situações. As pesquisas comprovam isso. A base do meu trabalho são esses seis primeiros meses de vida. Incentivo as mães a amamentarem olhando para as crianças, a cantarem para elas.

O engajamento de Maria Paula, de 45 anos, nas questões sociais ganhou força quando nasceu sua primeira filha, Maria Luisa, hoje com 11. Ela foi convidada pelo Ministério da Saúde para uma campanha de incentivo ao aleitamento materno. Nesse período, soube que a legislação brasileira trabalhista só garantia quatro meses de licença-maternidade, apesar de o Ministério da Saúde recomentar seis. A atriz e apresentadora, então, lutou pela causa e a campanha acabou garantindo que funcionárias públicas tivessem legalmente direito ao benefício e que empresas privadas pudessem ganhar benefícios fiscais se mudassem suas regras:

– A partir daí, passei a fazer campanha em empresas e, quando isso acabou, fiquei pensando na população carcerária, que é invisível. Cada estado tem uma lei e cada penitenciária tem uma regra. Com isso, há mães que ficam com os filhos só dois meses depois de darem à luz e outras que conseguem seis. Então, tive a ideia de fazer esse estudo. Também participo de campanhas de doação de leite materno. É um trabalho de ativista que tenho há muitos anos.

Apesar do contato constante com bebês, Maria Paula, que também é mãe de Felipe, de 7 anos (ambos frutos de seu casamento com o músico João Suplicy), garante que não pensa em ser mãe novamente. Em 2014, ela se casou com o também músico Victor Valansi, de 25 anos.

– Neste momento, não estou pensando nisso. Trabalho que nem louca. Não tenho tempo nem para dormir e já rebolo para criar os meus dois, que são tranquilos, fofos, maravilhosos.

mariapaula2 mariapaula

Fonte: Patricia Kougut