Filipe Toledo está na crista da onda após dar show no domingo e vencer em alto estilo o Rio Pro, na Barra da Tijuca. Passadas quatro das 11 etapas no calendário do Circuito Mundial de 2015, Filipinho soma duas conquistas e ocupa a vice-liderança do ranking, atrás apenas do também paulista Adriano de Souza, o Mineirinho. Apesar do ótimo início de temporada, já pensar em título mundial é considerado precoce até por Filipe e o seu pai e técnico, Ricardo Toledo. Uma das explicações para isso envolve uma questão técnica. Além de ainda faltarem sete etapas, quatro delas são disputadas em ondas grandes e tubulares, como a próxima, nas Ilhas Fiji, entre 7 e 19 de junho, e as no Taiti, em Portugal e no Havaí, em condições nas quais Filipinho ainda precisa se aprimorar, como ficou comprovado na terceira etapa deste ano, em Margaret River (AUS), quando ele não passou de um 25º lugar. O jovem de 20 anos é especialista em ondas pequenas e médias mais manobráveis, como se viu nas vitórias na australiana Gold Coast e agora no Rio.
– Eu quero deixar o Filipe muito bem à vontade. Nós já conversamos muito sobre isso. Ele precisa esquecer isso de título mundial. Eu não quero nenhum peso sobre as costas dele, eu quero que ele seja feliz. Quando ele estiver feliz, o título mundial vai acabar vindo – comentou Ricardo Toledo, que “colocou” Filipinho na onda nota 10 na final na Barra.
Confira a galeria de imagens da conquista de Filipinho
Confira o ranking do Mundial masculino
Número 2 do mundo, Filipinho concorda que ainda é cedo para falar em disputar o título mundial, apesar dele ter totais condições de obter grandes desempenhos nas competições com ondas mais pesadas, por conta do seu talento e do seu potencial de crescimento.
– Ainda faltam muito etapas, foram apenas quatro, mas foi muito bom começar o ano assim e espero no fim do ano estar brigando pelo título. Fiji já vai ser uma onda totalmente diferente das aqui do Rio, vou treinar o quanto der e usar pranchas diferentes – disse Filipe.
Para o pai, técnico e empresário de Filipinho, o caçula da elite do surfe vai, com o passar do tempo, virar um surfista completo e acaba com a história de que ele pode brilhar apenas em ondas menores.
– Ele é inexperiente em algumas condições, mas o tempo vai trazer essa experiência que ele precisa. Vamos deixar ele à vontade, ele vai ganhar experiência, vai ganhar corpo – pontuou Ricardinho.
Na sua tentativa de demonstrar a mesma qualidade em todos os tipos de onda, Filipinho sabe que agora, mais do que nunca, ele carrega o apoio da torcida brasileira. O triunfo no Rio Pro e o jeito carismático dele fizeram com que a massa passasse a ver Toledo como ídolo.
– A relação com a torcida está muito boa. Foi importante essa etapa no Rio para ver que tenho um apoio muito grande e que as pessoas gostam e torcem por mim. Espero contar com essa torcida durante todas as etapas.
A família Toledo pretende passar ao menos duas semanas no Brasil antes de retornar aos Estados Unidos, onde o clã vive em San Clemente, na Califórnia, desde o ano passado.
Fonte: Globo Esporte/Carol Fontes, David Abramvezt e Felipe Siqueira/RJ