Após gol ‘à la Bolt’ Wellington lembra que já correu os 100 metros em Intercolegial e celebra rápida adaptação na volta ao Flu
Por Redação Publicado 7 de março de 2017 às 10:17

Destaque do Fluminense na conquista da Taça Guanabara, com direito a um gol após arrancada de 74 metros em 8,5s, Wellington já está acostumado a viver em alta velocidade. Tudo tem sido rápido em sua trajetória. Foi assim com sua readaptação ao futebol brasileiro. Após cinco anos e meio na Europa, ele assumiu a titularidade em sua terceira partida e, sete meses depois, já ergueu a primeira taça. À la Usain Bolt, com quem foi comparado no domingo, conquistou a torcida tricolor como um raio.

– Não tem nem como comparar com ele. É o mais rápido do mundo. Foi um tiro de não sei quantos metros. Eu fui feliz em poder terminar a jogada bem. Dei sorte que estava no comecinho do jogo, ainda estava com fôlego – brinca o atacante, que ainda se recorda de cada um daqueles segundos, no mesmo Engenhão onde Bolt se consagrou na Olimpíada. – Na hora não pensei em nada. Só queria correr. Quando o Pará escorregou, falei: “É a minha hora”. E tive a felicidade de fazer o gol.

Partir em disparada não é novidade para o atacante desde a escola. Apesar de sempre ter jogado futebol, Wellington disputou uma corrida de 100 metros. Foi num Intercolegial, realizado na Vila Olímpica da Mangueira, quando cursava a sexta série. Mesmo pequeno em comparação aos concorrentes, ele não se intimidou.

– Lembro que eu cheguei em terceiro. Só tinha maluco grandão. O nosso corredor se machucou. Aí o colégio me pediu para correr. Tive que botar aquela chuteira com as travinhas e fui ver qual era. A prova foi muito rápida. Mas foi legal – recorda-se.

Wellington celebra a boa fase no Flu
Wellington celebra a boa fase no Flu Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo

Mas nem sempre a velocidade foi uma aliada de Wellington. A ida para o Arsenal, da Inglaterra, com apenas 18 anos de idade e poucas partidas disputadas pelo time profissional do Fluminense, se mostrou prematura. Sem visto de trabalho para atuar na Inglaterra, ele passou a ser emprestado para outros clubes. A partir daí, passou a rodar pela Espanha até obter o passaporte europeu. Some-se a isso a dificuldade de adaptação à nova vida.

– Eu tinha 18 anos, era muito jovem, ainda não tinha passado por tanta coisa. Fiquei longe da minha família, era muito frio…

Mesmo de posse do passaporte, a oportunidade de jogar no Arsenal nunca chegou para Wellington. Após uma temporada emprestado ao Bolton Wanderers, ele decidiu regressar ao Fluminense. Mas não deixou de lado o sonho europeu. Quer fazer de seu recomeço no Tricolor, com quem tem contrato até julho de 2020, a porta para uma nova ida ao Velho Continente.

– Todo jogador brasileiro sonha atuar na Europa. Eu tive a minha oportunidade. Não foi como eu queria. Mas claro que, se tiver a chance de voltar, vou sentar com meu empresário e com o Fluminense para buscar o que for melhor para todo mundo. Só que agora não penso nisso. Estou muito feliz aqui, começando a jogar bem. Sou jovem, tenho 24 anos e muita coisa pela frente.

Durante passagem pelo Almeria, Wellington enfrentou Neymar
Durante passagem pelo Almeria, Wellington enfrentou Neymar Foto: Arquivo pessoal

Quem sabe este retorno não é no próprio Arsenal? Ao rescindir com o clube, Wellington acertou uma cláusula que dá preferência a ele caso queira recontratá-lo. Mágoa por nunca ter sido utilizado, ele garante que não há.

– Não quero mostrar nada para o Arsenal. Não tenho que provar nada a ninguém. Se as coisas aconteceram assim é porque tinha que ser. E também não vou ficar falando mal.

No Arsenal, Wellington conviveu com Henry. Mas não jogou
No Arsenal, Wellington conviveu com Henry. Mas não jogou Foto: Arquivo pessoal

Motivação extra ele teve mesmo foi contra o Flamengo. A final da Taça Guanabara foi apenas seu segundo Fla-Flu como profissional. No primeiro (pelo segundo turno do Brasileiro do ano passado), saiu de campo derrotado. Ele ainda sonhava decidir um clássico para o Fluminense. Para o azar do rival.

– Era coisa minha, pessoal. Estava engasgado, e esse momento chegou. Nada melhor do que ter marcado e dado um passe para gol. Sendo campeão, foi muito mais especial.

Fonte: EXTRA/Rafael Oliveira