Após passar três horas no Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), o ex-governador André Puccinelli (PMDB) não forneceu detalhes do depoimento, reiterou não ter ligação com a cassação de Alcides Bernal em março de 2014 e dispôs dados do sigilo fiscal desde 1997.
Bem-humorado, com direito a brincadeiras com os jornalistas, ele disse que acatou a sugestão de não falar sobre o depoimento para não atrapalhar as investigações da operação Coffee Break, que apura compra de votos na Câmara Municipal para a cassação.
Questionado sobre o esquema, Puccinelli afirmou não ter relação com a queda do prefeito, nem com o afastamento de Gilmar Olarte (PP) ou o retorno de Bernal ao Poder Executivo. Ainda sobre a cassação, disparou: “Tem que perguntar para quem comprou ou para quem vendeu”, disse.
Na saída, o ex-governador destacou que dispôs para o Gaeco dados do sigilo bancário, fiscal, declaração anual do produtor e Imposto de Renda. Os documentos são desde 1997, quando ele assumiu a Prefeitura de Campo Grande pela primeira vez. Puccinelli foi ao Gaeco no tradicional Uno vermelho.
Caso – Gravações da operação Lama Asfáltica, realizada pela PF (Polícia Federal) em 9 de julho, apontam que empresários, descontentes com a gestão de Bernal , “patrocinaram” a cassação por meio de compra de voto dos vereadores.
Para a próxima semana, não foi agendada oitiva e o trabalho deve prosseguir com análise de documentos. Não há data para ouvir Olarte nem Elza Cristina, sócia e secretária de João Amorim, empresário apontado como um dos articuladores da cassação.
Fonte: Campo Grande News