
Fabíola da Silva, oito vezes campeã mundial, convive com assédio dos fãs. Amante da musculação e do crossfit, atleta dedica tempo para promover o esporte para mulheres
O tempo parece não passar para Fabíola da Silva. Oito vezes campeã mundial nos patins, o primeiro quando tinha 18 anos, a atleta convive com o assédio de fãs da modalidade e impressiona pela beleza, simpatia e humildade. Aos 36 anos, a paulista considera o título de musa dos esportes radicais fruto de um trabalho dedicado aos patins, hoje dividido com a paixão pela musculação e o crossfit – programa de treinamento de força e condicionamento físico. Fabíola participou da etapa do Nordeste Inline Street Series, campeonato que reuniu 160 competidores em Teresina, no Piauí.
– Acho esse título de musa legal porque consegui através do esporte motivar as pessoas a terem um bem-estar, uma qualidade de vida. Assim, não desistirem dos sonhos. O pessoal olha minhas fotos e não sabe como você chegou até lá. O que você passou por trás das câmeras, então fico feliz porque, no decorrer dos anos, através do esporte, aprendi a alimentação saudável. Você treina tanto que a estética acaba vindo junto. Isso foi tudo se incorporando para você virar uma atleta bonita (risos), mas também de tanto exercício… Eu acho interessante – relatou Fabíola, que se diz viciada na musculação.
E vai até uma dica da musa.
– Eu sou viciada na área fitness, o treinamento funcional de crossfit. Amo. Se não estou no patins, estou na academia ou no crossfit. Vi a diferença e me ajudou a contribuir no desempenho do patins. Quando você vê a transformação do seu corpo… 70% é alimentação, 30% é exercício. Se você faz tudo certinho, a mudança vai ser radical. Se você fizer um mês de um plano de treino e alimentação saudável muda muito rápido. Isso motiva. Nosso esporte não pode ser tão musculoso porque se não você fica pesado. A mulher tem que ser feminina, penso assim – completa.
Há 22 anos no patins, Fabíola foi apresentada ao equipamento graças a um amigo. Apaixonou-se pelo esporte e evoluiu até os oito títulos nos X Games. Reconhecendo a importância da sua história na modalidade, Fabíola dedica boa parte do seu tempo em divulgar o esporte para novos atletas, caso como aconteceu em Teresina.
– Nunca imaginei que fosse ser tudo isso, poder transformar e motivar tantas vidas. Então, olho para trás e emociono. São anos de uma história bacana construída com algo que amo fazer. Agradeço todos os dias por esse dom em poder em trazer algo novo e ensinar nunca desistirem dos sonhos. A felicidade dessas pessoas me faz feliz também – comenta.
PRECONCEITO
Pioneira ao entrar em uma modalidade dominada por homens, Fabíola da Silva torce por uma maior participação das mulheres nos esportes radicais. Quando começou, na década de 90, a atleta revelou que conviveu com o preconceito e as críticas, disse ter sido chamada de “mulher-homem” e “machadão” lá no começo da carreira. Considerando o patins mais receptivo para as meninas atualmente, ela realiza um trabalho de tornar a presença das mulheres cada vez mais frequente.
– A participação feminina cresceu bastante porque o esporte é para todos. As mulheres tomaram um espaço muito grande e elas desenvolveram tão bem quanto os homens. Digo que o patins é um esporte que tudo depende de você. Hoje, olho para essas mulheres competindo e elas me inspiram. Que bom que contribui com essa nova geração, uma qualidade de vida melhor para mostrar que a mulher, não só no patins, tem a capacidade e a habilidade de fazer o que ela quiser. Tem que se dedicar e focar.
Fonte: Ge