André Puccinelli é preso e deve ficar de fora das eleições de 2018
Por Redação Publicado 20 de julho de 2018 às 10:12

Faltando 15 dias para a realização do lançamento oficial da candidatura oficial ao Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, o ex-governador André Puccinelli (MDB) foi preso pela Polícia Federal. A detenção do líder emedebista faz cumprir uma profecia que rola desde o início do ano, na qual se dizia que Puccinelli seria preso antes do início do pleito eleitoral. A ação coloca em xeque sua nova candidatura. Além do pré-candidato, também foram alvos dos mandados judiciais o filho dele, André Puccinelli Júnior, e o advogado João Paulo Calves.

Conforme as informações, os presos foram levados para a sede da Superintendência Regional da Polícia Federal em Campo Grande. O pedido das prisões partiu do Ministério Público Federal (MPF), com base numa decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) tomada em maio deste ano, fruto da Operação Papiros de Lama, quinta fase da Operação Lama Asfáltica. Na quarta-feira (18), o juiz federal Bruno Cezar da Cunha Teixeira, da 3ª Vara Federal de Mato Grosso do Sul, autorizou a prisão dos três acusados. A PF precisou de dois dias para planejar a operação e executar a ação.

Para Renê Siufi, que representa André Puccinelli, a prisão é muito estranha porque foi feita às “vésperas da convenção do MDB”, que está agendada para o dia 04 de agosto. Siufi comentou também que não há nada de novo na investigação que justifique as prisões. Um documento no qual ele teve acesso e que explica a prisão preventiva da família Puccinelli, que contém 132 laudas, aponta que as razões são de investigações de esquemas de corrupção. Ele ainda não sabe qual medida usará para conseguir o habeas corpus.

Entretanto, de acordo com a PF, foram sim juntadas novas provas no processo, tais como as movimentações bancárias da empresa Instituto Ícone do Direito, de propriedade de André Puccinelli Júnior, relativas ao dinheiro proveniente do frigorifico JBS, de análises de materiais apreendidos no Instituto Ícone na 5 fase da Operação Lama Asfáltica e análises de materiais apreendidos. A nova prisão de André Puccinelli mancha ainda mais a sua imagem, já desgastada, e a incerteza de quando conseguirá sair da prisão devem fazer o político repensar sobre sua participação no pleito de logo mais.

O histórico daquele que quer ser governador (de novo)

André Puccinelli é investigado pelo MPF desde 2015, quando teve início da Operação Lama Asfáltica. Ele e o filho foram presos pela primeira vez em novembro de 2017, já na 5ª fase da operação, chamada de Papiros de Lama, e que apura corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo a empresa de cursos jurídicos do advogado Puccinelli Júnior. No mesmo mês, os dois tiveram habeas corpus deferidos pelo Tribunal Regional Federal (TRF-3) e passaram a responder em liberdade.

Em janeiro deste ano, a mesma 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande que determinou novamente as prisões hoje, aceitou denúncia contra o ex-governador e outros 25 acusados de cometerem crimes de estelionato e contra o patrimônio público. Os mesmos citados já tinham sido denunciados pela acusação de recursos públicos e lavagem de dinheiro. O ex-governador foi apontado como chefe de um esquema de propina existente há mais de 10 anos em Mato Grosso do Sul e que teria desviado dos cofres públicos mais de R$ 235 milhões.