Alunos das escolas públicas estão sendo imunizados contra HPV e Meningocócica C
Por André Farinha Publicado 9 de agosto de 2017 às 10:34

Os alunos das escolas públicas de Campo Grande estão recebendo diretamente na unidade escolar do Município e do Estado a vacina contra o vírus HPV, para meninas de 9 a 15 anos e meninos de 11 a 15 anos, e também a dose contra a Meningocócica C, que tem como público alvo crianças de 12 e 13 anos em ambos os sexos. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau), a campanha vai atender a 170 escolas na área de abrangência das 66 unidades básicas de saúde (UBS) e de saúde da família (UBSF).

Para receber a dose, o estudante precisa apresentar o ‘Termo de Autorização da Vacina HPV Quadrilavalente’, que deve ser preenchido pelos pais ou responsáveis. O documento é entregue aos alunos nas escolas e precisa ser devolvido até o dia da vacinação na unidade escolar.  No ‘Termo’ constam algumas informações importantes, bem como a necessidade de apresentar a caderneta de vacinação, mas caso tenha perdido, será fornecida uma nova.

Para a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Mariah Barros, a vacina é importante para prevenir diversas doenças relacionadas ao Papiloma Vírus Humano, além de ter eficácia comprovada de 98% para quem segue corretamente o esquema vacinal. Uma segunda dose deve ser administrada 6 meses após a primeira em qualquer UBS ou UBSF.

Ainda conforme as informações da Sesau, no caso da vacina contra o HPV, a dose já é ofertada pelo SUS desde 2014 para as meninas e confere proteção contra quatro subtipos do vírus HPV (6, 11, 16 e 18). Já para os meninos, a estratégia tem como objetivo proteger contra os cânceres de pênis, garganta e ânus, doenças que estão diretamente relacionadas ao HPV.

A definição da faixa etária para a vacinação visa proteger meninos e meninas antes do início da vida sexual e, portanto, antes do contato com o vírus. Vale ressaltar que os cânceres de garganta e de boca são o 6º tipo mais comum no mundo, com 400 mil casos ao ano e 230 mil mortes. Além disso, mais de 90% dos casos de câncer anal e orofaringe são atribuíveis à infecção pelo HPV.

Nas meninas, o principal foco da vacinação é proteger contra o câncer de colo do útero, vulva, vaginal e anal; lesões pré-cancerosas; verrugas genitais e infecções causadas pelo vírus. O HPV é transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas por meio de relação sexual. Também pode ser transmitido da mãe para filho no momento do parto.

Já no caso do Meningocócica C, a vacina é utilizada para prevenir doenças provocadas pela bactéria Neisseria meningitidis do sorogrupo C. Esta bactéria pode ser a causa de infecções graves, às vezes, até fatais, como a meningite e a sepse. A vacinação é considerada a forma mais eficaz na prevenção desses problemas.

A sepse ocorre quando a corrente sanguínea está carregada de bactérias. Elas são oriundas de alguma infecção, que pode ter início em qualquer parte do corpo. Os lugares comuns incluem: o intestino, rins, meninges, fígado, vesícula biliar, pulmões ou a pele. Na sepse, a pressão arterial cai, provocando choque. Os principais órgãos, incluindo rins, fígado, pulmões e o sistema nervoso central, deixam de funcionar corretamente. Uma alteração no estado mental e a hiperventilação podem ser os primeiros sinais de sepse.

A meningite consiste na inflamação das meninges, membranas que envolvem nosso cérebro. O tipo causado por essa bactéria normalmente leva à morte 30% das crianças que adquirem a doença. As crianças de 6 meses a um ano são as mais vulneráveis porque geralmente ainda não desenvolveram anticorpos para combatê-la.