O donos de iPhone 4S e do iPad 2 receberam uma boa notícia da Apple: os aparelhos receberão o iOS 9. Ao contrário do esperado, a empresa resolveu dar uma esticadinha no suporte de ambos e atualizá-los, ainda que com funcionalidades limitadas. Mas fica a dúvida: vale a pena comprar as versões antigas do smartphone e do tablet? O TechTudo traz uma análise para você.
Ainda é possível encontrar?
Lançado em 2011, o iPhone 4S ainda pode ser encontrado em lojas online como uma alternativa “mais acessível” do smartphone da Apple. Mesmo defasado, o aparelho tem um preço médio de R$ 1,1 mil nas principais varejistas do país, o que é bem caro.
Outro ponto importante é que a própria Apple já não comercializa mais o telefone em sua loja oficial há algum tempo. Isso é, claramente, uma indicação que o telefone deve perder o suporte, tornando-se defasado também em software, o que é terrível para quem baixa muitos aplicativos.
Já o iPad 2 não foi encontrado na loja oficial da Apple, nem em grandes varejistas do Brasil, indicando que o suporte ao tablet é ainda menor que o telefone. Sendo assim, é possível que muitos usuários encontrem o tablet apenas de segunda mão e sem garantia válida no Brasil, o que é um risco considerável.
Tela: menores e inferiores
A Apple resistiu, durante muito tempo, a apresentar um iPhone com tela maior, mas mudou de ideia no iPhone 5, que tem 4 polegadas, e aderiu de vez à tendencia no modelo 6 e no 6 Plus, que têm 4,7 e 5,5 polegadas, respectivamente. Enquanto isso, o iPhone 4S continua com tela de 3,5 polegadas, apresentada desde o primeiro iPhone.
Embora o tamanho da tela envolva o gosto do usuário, é preciso considerar que os padrões do mercado hoje gira em torno do tamanho do iPhone 6: 4,7 polegadas. Ou seja, a tendência é que os desenvolvedores lancem aplicativos e jogos mais adaptados a displays maiores e difíceis de usar no iPhone 4S ou, simplesmente, não compatíveis.
iPad 2 tem tela com resolução bastante inferior aos modelos recentes (Foto: Divulgação/Apple)
Já no caso do iPad 2, o tamanho é o mesmo adotado no novo iPad Air 2: 9,7 polegadas. A grande diferença fica por conta da resolução de 1024 x 768 pixels, ou seja, nem chega perto da tela Retina dos modelos mais recentes, que chegam a ter 2048 x 1536 pixels e uma densidade muito maior.
Desempenho: o calcanhar-de-Aquiles
Se tem algum ponto em que usuário deve ter problemas ao comprar o iPhone 4S ou o iPad 2, é no desempenho do aparelho. Diversos donos do modelo já relatam uma queda na produtividade após a atualização para o iOS 8, apresentando lentidão e até travamentos. Embora a Apple prometa uma otimização para a nova versão, é bastante improvável que os aparelhos tenham uma melhora muito significativa.
O iPhone 4S e o iPad 2 compartilham o mesmo hardware: um processador dual-core Apple A5 de 1 GHz, e 512 MB de memória RAM, o que pode ser bastante atrasado. Com isso, é provável que o iOS 9 chegue aos aparelhos com bastante limitações e poucas funções novas.
Entrada dock: incompatibilidade à vista
O iPad 2 e o iPhone 4S compartilham ainda outra característica: a antiga entrada dock de 30 pinos. Substituído pelo padrão lightining, a partir do iPhone 5, o antigo conector da Apple deixou de ser utilizado gradualmente por fabricantes de acessórios. Isso significa que os donos do smartphone e tablet antigos terão mais dificuldade de encontrar produtos que sejam compatíveis com os seus modelos.
Há também que se considerar que, em caso de quebra do cabo, a substituição tende a ser cada vez mais difícil. Afinal, a Apple já não comercializa o modelo e a tendência é que ela deixe de vender acessórios para eles em breve.
iPad 2 e iPhone 4S podem ser encontrados com preço muito alto para o que oferecem (Foto: Divulgação/Apple)
Afinal, vale a pena ou não?
O desejo de ter um iPhone ou iPad ainda é bastante presente na vida de muitas pessoas, mas é preciso tomar cuidado para não transformá-lo em frustração. Apesar de muitas lojas oferecerem parcelamentos do iPhone 4S em até dois anos e de ser possível achar o iPad 2 por um preço camarada, a compra pode não ser uma boa escolha.
Em primeiro lugar, o valor de R$ 1,1 mil é bastante elevado para um telefone cujo suporte não deve ser estendido novamente. Além disso, é possível encontrar aparelhos com Android e Windows Phone por um preço parecido, mas com configurações bem mais robustas e que vão atender o usuário sem problemas.
Não há dúvidas que a Apple é capaz de oferecer um ótimo atendimento aos seus consumidores e que o iPhone e o iPad têm funcionalidades que vão além da “ostentação”. No entanto, como diz o ditado: o barato pode sair caro.
Fonte: Elson de Souza/TechTudo