Sucessivas perguntas sobre craque argentino tiram capitão Michael Bradley do sério: “Vocês estão mais preocupados com eles do que nós estamos”. Veja o que eles falam
São três jogos, 258 minutos em campo e nenhum gol. O currículo de Lionel Messi contra os Estados Unidos ainda não tem muita história, talvez não passe da primeira página, mas apenas a sua presença na semifinal da Copa América, nesta terça-feira, em Houston, já é motivo para causar muita preocupação no time desafiante. A repetição de perguntas em torno do craque argentino, aliás, deixou o capitão Michael Bradley irritado por alguns segundos na véspera do jogo, que terátransmissão ao vivo do SporTV às 22h (de Brasília) – o GloboEsporte.com acompanha em Tempo Real.
– Acho que vocês estão mais preocupados com o Messi do que nós estamos. Nos últimos cinco minutos, vejam as perguntas vocês fizeram, certo? Muito sobre o Messi vem pautado por vocês. Para nós é um jogo. É uma semifinal contra a Argentina, 11 deles contra 11 nossos. Há muitos bons jogadores no time deles. Nós temos alguns bons jogadores também. No papel talvez eles tenham o time que todos acham que vão ganhar. Não tem problema. Mas assim que o árbitro apitar, ainda serão 90 minutos de competição. Nós não queremos fazer disso uma missão impossível – disse.
A bronca de Bradley era mais especificamente com a imprensa, que abordou o tema seguidas vezes. Ele não foi o único a comentar sobre a oportunidade de os Estados Unidos enfrentarem o jogador cinco vezes melhor do mundo numa fase final de competição – antes, foram dois amistosos, com empates por 1 a 1 (em 2011) e 0 a 0 (em 2008), além de uma vitória por 4 a 1 na fase de grupos da Copa América em 2007.
Veja abaixo o que alguns personagens da partida falaram sobre Messi, o centro das atenções:
Tata Martino, técnico da Argentina
Temos algumas maneiras de confrontar a atenção que Messi recebe. Alguns times o marcam pessoalmente, outros o cercam de jogadores. Acho que o fato de que há um técnico que vai tentar neutralizar o melhor jogador do mundo é algo apenas lógico. Mas que vai funcionar é outra coisa. Eu só espero que seja algo válido. A Venezuela estava jogando bem pelo meio e decidimos que seria mais conveniente para Messi jogar pela direita. Nós o movemos e ele pegou bastante na bola naquele lado. Esse pode ser o caso nesta terça, ou não, dependendo do que faremos no jogo.
Michael Bradley, meio-campista e capitão dos Estados Unidos
Para dizer o óbvio, ele é um excelente jogador para mim, provavelmente o melhor de todos os tempos. Mas ainda há muitos exemplos dos dias em que os times podem deixar o jogo complicado coletivamente. Encurtar os espaços, forçá-lo a driblar para fora em alguns momentos, colocá-lo no pé-direito para eliminar algumas coisas e ter a mentalidade e comprometimento para fazer tudo isso de novo nos 90 minutos. Mas haverá momentos em que ele poderá fazer alguma coisa.
Acho que vocês estão mais preocupados com o Messi do que nós estamos. Nos últimos cinco minutos, vejam as perguntas vocês fizeram, certo? Muito sobre o Messi vem pautado por vocês. Para nós é um jogo. É uma semifinal contra a Argentina, 11 deles contra 11 nossos. Há muitos bons jogadores no time deles. Nós temos alguns bons jogadores também. No papel talvez eles tenham o time que todos acham que vão ganhar. Não tem problema. Mas assim que o árbitro apitar, ainda serão 90 minutos de competição. Nós não queremos fazer disso uma missão impossível.
Matt Besler, lateral dos Estados Unidos
Você diz que quer pressionar Messi e não deixá-lo ficar com a bola, mas como fazer isso? Até mesmo quando alguns ficam no seu caminho, ele acha alguma maneira de escapar, e então ele está com a cabeça levantada e faz algumas jogadas que ele fez nesse torneio. É um enorme desafio, provavelmente o maior para nós da defesa.
Geoff Cameron, zagueiro dos Estados Unidos
Ele é o melhor jogador do mundo. Sabemos da sua criatividade, conhecemos as suas habilidades. Tentaremos limitar as suas influências no jogo. Mas muita gente achava que não estaríamos onde estamos hoje e é difícil derrotar 11 caras. Se esses 11 estiverem na mesma página e todos trabalharem como um, algo especial pode acontecer. Estamos numa sequência boa e queremos continuar assim.
Gyasi Zardes, atacante dos Estados Unidos
Eu vejo Messi desde que ele era novo, com Ronaldinho no Barcelona. Eu amo jogar contra os melhores e eu o considero o melhor. Será um Estados Unidos x Argentina, mas também uma grande oportunidade e eu trabalharei muito duro para ganhar do time dele.
Jesse Marsch, técnico do New York RB e auxiliar de Bob Bradley no empate de 2008
Uma das coisas que o Bob tentou enfatizar foi tirar Messi da sua zona de conforto. Ele ainda vai flutuar pelo campo e tocar na bola de diversas maneiras. Mas Bob foi grande quando ele recebeu a bola, para se certificar que nós estávamos fechando os seus espaços. E não apenas deixá-lo fazer as coisas facilmente. Nós falamos muito sobre como anulá-lo, mas de uma forma que você permitia o próximo jogador nosso se aproximar, e então poderíamos chegar de forma física, dura nele – mas não suja. Tentar cortar o seu tempo e espaço para não deixá-lo pegar no ritmo.
É parte do seu entendimento do que está acontecendo no jogo. Sua habilidade para pegar a bola e trocar de marcha e dar toques pequenos quase na velocidade máxima, quase arrumando o seu corpo e fazendo o que ele acha que é o melhor. Até mesmo quando ele joga pelo Barcelona, há táticas envolvidas especificamente, mas ele usa o seu instinto para encontrar o jogo e achar onde pode ajudar.
Fonte: Ge