Agroconsult eleva estimativas de safras de soja e milho do Brasil; vê recordes
Por Redação Publicado 12 de janeiro de 2017 às 12:45

A safra de soja do Brasil em 2016/17 foi estimada em um recorde de 104,4 milhões de toneladas, de acordo com previsão da Agroconsult divulgada nesta quarta-feira

A safra de soja do Brasil em 2016/17 foi estimada em um recorde de 104,4 milhões de toneladas, de acordo com previsão da Agroconsult divulgada nesta quarta-feira, o que representa um aumento 1,8 milhão de toneladas na comparação com a previsão de novembro da consultoria.

A Agroconsult também estimou a safra total de milho do país em um recorde de 94,9 milhões de toneladas, ante 92 milhões na projeção anterior, com as condições climáticas favorecendo as lavouras de verão.

Mais cedo nesta quarta-feira, outra consultoria privada, a Céleres elevou a safra de soja do Brasil 2016/17 para um recorde de 105 milhões de toneladas, ante 102,9 milhões na projeção do mês anterior. Mas a Céleres reduziu sua projeção de safra de milho para 97,7 milhões de toneladas, volume ainda acima do número da Agroconsult.

Os aspectos gerais das lavouras de soja do Brasil são muito promissores, disse a jornalistas o diretor da Agroconsult, André Pessôa, em evento para lançar o Rally da Safra, expedição técnica organizada pela consultoria que vai verificar a campo, nas próximas semanas, as produtividades da colheita que está apenas começando.

Se confirmadas as previsões, o Brasil elevaria de forma importante sua produção na comparação com a temporada passada, atingida pela seca. Seria um aumento de cerca de 10 por cento na safra de soja e de mais de 20 milhões de toneladas, no caso do milho.

O Brasil é o maior exportador global de soja e tem figurado como o segundo em milho.

Comercialização

Segundo Pessôa, a comercialização antecipada da soja da região do Cerrado, que inclui o Mato Grosso, principal Estado, está perto de 50 por cento da produção estimada, cerca de 10 pontos atrás do normal para esta época.

Isso apesar da expectativa de um volume recorde de colheita do Brasil em janeiro.

Segundo o analista, a entrada antecipada do país no mercado internacional, em função da colheita mais precoce, não deve trazer problemas aos produtores.

“A soja americana já está muito avançada em comercialização, venderam muito para a China, então essa entrada mais cedo da soja do Cerrado é até muito bem-vinda para o mercado internacional”, declarou.

“Não parece ter nenhuma dificuldade de colocação desse produto, nem do ponto de vista de logística nem de comercialização. Teremos muita soja sendo embarcada em janeiro e fevereiro. Certamente bem mais do que no ano passado.”

Com a produção recorde de milho, Pessôa disse que o Brasil poderá exportar cerca de 30 milhões de toneladas, ainda que somente pouco mais de 10 por cento do volume da segunda safra esteja vendido previamente. Ele observou também que será um ano de recuperação de estoques, após forte quebra de safra em 2016.

“Mercado interno é um problema, e fará pressão baixista sobre o milho. Estoque deverá ser recomposto de forma significativa”, observou, acrescentando que as exportações do cereal dependerão muito da taxa de câmbio, uma variável muito importante para o produto competir com Argentina e Estados Unidos.

Fonte: Portal do Agronegócios