Trabalhadores dos Correios realizaram manifestação na manhã desta quinta-feira (27), em frente à sede dos Correios na Avenida Calógeras esquina com a Rua Dom Aquino. Cerca de 50 trabalhadores protestaram exigindo direitos e melhorias, como por exemplo, realização de concursos públicos, planos de saúde (Postal Saúde) sem taxas abusivas – atualmente esse plano cobra cerca de 26% de cobrança.
Os funcionários são contra a terceirização de serviços, a privatização, ocasionando o fechamento de agências, sendo que 125 mil trabalhadores que atuam serão cortados, resultando um total de 112 mil e devido a privatização esse número será reduzido para 70 mil empregados.
A greve segue por tempo indeterminado. Segundo funcionários, eles retomarão o atendimento quando alcançarem as reivindicações.
Roberto Sanches, 53 anos, é funcionário público dos Correios há mais de 30 anos e explica que os trabalhadores estão sendo prejudicados com as mudanças no setor. “Desde 2011 o Correios não realiza concursos públicos, a empresa quer privatizar tudo, nós estamos aqui para exigir nossos direitos. A terceirização não beneficia os funcionários, iremos continuar em greve até conseguirmos nossos direitos. A população deve nos auxiliar e compreender que não é culpa dos carteiros, somos trabalhadores como qualquer outra classe”, afirma.
A paralisação dos Correios é nacional e os trabalhadores estão recebendo ameaças de demissão, além do fechamento de agências em todo o país. Em Mato Grosso do Sul foram fechadas cinco agências dos Correios, sendo três em Campo Grande, uma em Dourados e uma em Corumbá.
O funcionário dos Correios Sérgio Vilela, 45 anos, ressalta que os maiores prejudicados são os trabalhadores das agências do interior. “As empresas menores do interior não tem lucros. Não é interessante a privatização, pois os moradores ficam isolados, em consequência disso a população fica sem acesso às correspondências”, reclama.
O Sindicato dos Trabalhadores nos Correios (Sindect/ MS) pede mais segurança nas agências, devido a uma onda recente de assaltos. Também são contrários às mudanças trabalhistas e às mudanças da reforma previdenciária propostas pelo Governo Federal.
Um comerciante que possui loja próxima aos Correios, onde ocorre a manifestação, Antônio Gonçalves, 46 anos, demonstrou que é a favor das paralisações, porque acredita que todo trabalhador tem o direito de lutar por melhorias no trabalho. “Na minha visão, a greve não prejudica os trabalhadores. Com a reforma trabalhista, o governo está querendo retirar os direitos que já possuímos, sou a favor de qualquer tipo de protesto que venha em benefícios dos trabalhadores”, destaca.
A partir de amanhã diversos serviços serão paralisados como transporte público, saúde, segurança e comércio. Os sindicatos Sindect/MS, SindJUFE/MS, Sindesep/MS, Sintsprev/MS, Sindicatos dos Bancários de Campo Grande e Região, ADUFMS, ANFFA Sindical, Sista MS e Sinpaf estarão concentrados amanhã às 8h, em frente ao INSS, na rua 26 de Agosto n.347, de acordo com informações do Fórum Nacional dos Servidores Públicos Federais em Mato Grosso do Sul.
Joana Lima e Tamara Sainz