Mãe de primeira viagem, atriz e apresentadora lança site e comenta críticas sobre adoção
Às voltas com as obrigações e delícias de uma mãe de primeira viagem – ela e o marido, o ator Bruno Gagliasso, adotaram no Malaui a pequena garota Chissomo, de 3 anos –, Giovanna Ewbank ainda conseguiu colocar um site no ar. O portal Gioh, de moda, arte, gastronomia e beleza, já nasceu fenômeno – em uma semana, arrebatou 100 mil seguidores no Instagram.
“Trabalho enlouquecidamente desde os 15 anos de idade. A maternidade me permitiu, pela primeira vez, ficar em casa de verdade e poder ler, escrever e até elaborar melhor minha visão do mundo”, diz a atriz e apresentadora. Com 4,2 milhões de seguidores nas redes sociais, Giovanna deparou-se com críticas, vejam se pode, pelo fato de ter adotado uma criança no Malaui, e não no Brasil. “Você não escolhe o amor, é ele que escolhe você.”
No site, você dá dicas de como fazer uma horta caseira. Está conseguindo dar conta da sua?
Com a maternidade, finalmente está dando tempo de cuidar dela, tadinha. Na correria, eu nunca dava conta. Felizmente eu tenho a Jane, que me ajuda em casa, e ela estava cuidando Mas agora que estou mais em casa, vou ter mais tempo para mim, para a minha família e até para a minha horta, que está bem bonitinha, uma beleza.
Os assuntos do portal são bem variados: arte, gastronomia, moda. Tudo passa por você?
Tudo, das cores aos textos, passando pela escolha das imagens. Sou virginiana, né? [risos] Eu trabalho desde os 15 anos. Primeiro corri o mundo como modelo, depois como atriz e apresentadora. Estava sentindo a necessidade de parar, até para elaborar essa visão do mundo, editar tantas informações, pensar em como eu queria passá-las para as pessoas. Tive sorte de ter viajado muito, conhecido muitas culturas. Quis passar minhas experiências, não simplesmente fazer mais um site, mas algo de que eu gostaria de ler também. Em tudo ali tem a minha assinatura: a moda vem da minha experiência como modelo, a natureza que eu adoro, a arte que é o meu ofício. Precisava deste momento para mim, para a minha casa, para a minha família, para ler, para escrever. O último ano foi tão intenso de trabalho, que eu estava me sentindo uma hóspede em casa, quase não sabia onde ficavam as minhas canetas. O escritório fica pertinho de casa, a cinco minutos daqui, então fica muito fácil.
Com 4,2 milhões de seguidores nas redes sociais, você lê todos os comentários?
Leio, até para saber se as pessoas estão curtindo meu trabalho. Procuro respeitar quando elas têm uma opinião contrária, sou tranquila para as críticas. Só bloqueio quando tem um palavrão ou uma agressão, mas, felizmente, tenho seguidores bem bacanas, eles já tomam logo a defesa e põem os mal-humorados no lugar.
Vocês foram criticados por terem adotado sua filha no Malaui, e não no Brasil. Como você encarou isso?
Você não escolhe o amor, é ele que escolhe você. O que aconteceu não tem explicação. Nunca imaginei que, viajando para fazer uma reportagem para o Faustão, completamente focada no trabalho, eu teria uma filha. Casei muito nova, aos 22 anos, e ficava adiando a maternidade, achando que não era o momento certo. E a vida veio e me pegou de surpresa. Não imaginava como a maternidade é uma coisa natural, que eu teria essa força dentro de mim, essa leoa. Foi um amor à primeira vista. Quando eu vi, já era mãe, mesmo não me programando para ser. Muita gente acha que eu tenho problemas para engravidar, jornalistas até escreveram isso, mas a verdade é que não estava em meus planos imediatos. Eu me casei com 22 anos, as realizações profissionais vieram depois. Agora a gravidez pode até vir, já me sinto pronta e pode ser até próximo.
Esse processo de adoção mudou alguma coisa em você?
Não só ele. Desde essa viagem ao Malaui, a minha mudança foi extrema. Tudo o que eu penso é diferente, a ideia que eu tinha das minhas conquistas, das minhas tristezas, nada tem o mesmo peso de antes. É bom sentir isso às vésperas de completar 30 anos. E, ao mesmo tempo, você agrega a isso as informações e as experiências que você traz do seu país, de tudo o que eu vivi no Brasil, até para entendê-lo também. Nós temos muitas raízes africanas, muitos de nós vêm de lá. Eu sinto o mundo como uma coisa só, não são os meus problemas e os seus problemas, tudo nos diz respeito.
Por que o nome Gioh no site?
Não queria colocar o meu nome, acho muito restrito. Então bolei esse nome, que é quase uma interjeição e uma exclamação diante da maravilha que é viver.
Alguma dica de maternidade em vista para as leitoras do site?
Muita calma nessa hora, sou total mãe de primeira viagem. Estou ainda na fase de ler as dicas das outras mães [risos].
Fonte: época