Deve ser solto até o fim desta quarta-feira (15) o ex-governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), e seu filho, o advogado André Puccinelli Júnior. A dupla foi presa na manhã de terça-feira (14), durante a 5º fase da Operação Lama Asfáltica, batizada de ‘Papiros de Lama’, que descobriu um grande esquema de pagamento de propina por parte do frigorifico JBS, dos irmãos Batista, ao ex-chefe do Executivo Estadual.
A ordem de soltura foi expedida pelo desembargador Paulo Fontes, do Tribunal Regional Federal da 3º Região (TRF-3), com sede em São Paulo. O pedido de soltura foi feito pelo amigo pessoal do presidente da República, Michel Temer (PMDB), advogado Antonio Mariz. Ainda não é possível dizer se Puccinelli e seu filho serão condenados a utilizar tornozeleira eletrônica, da mesma forma como aconteceu em Maio deste ano, quando o político foi preso na 4º fase da Lama Asfáltica.
André Puccinelli e seu filho estão há mais de 30 horas alojados numa cela do Centro de Triagem. Eles receberam durante a manhã a visita do deputado federal Carlos Marun (PMDB) e do advogado Renê Siufi. Na oportunidade, o parlamentar comentou com jornalistas que é preciso comprovar as informações ditas pelo delator, pecuarista Ivanildo Miranda, para que Puccinelli seja, de fato, condenado.
Segundo Marun, o ex-governador está tranquilo e calmo dentro da prisão. “Ele está com o filho e mais outros 17 presos na cela. Não tem privilégio nenhum.”, disse o deputado. Mais tarde, em nota emitida à imprensa, o parlamentar destacou que era “chocante ver um homem que tanto fez pelo MS nesta situação. Todavia, ele está sendo tratado com respeito e não faz reparos quanto a isto.”.
De acordo com as informações, para haver a liberação do ex-governador e do seu filho, ainda é preciso que a sentença, dada em São Paulo, seja encaminhada para o plantão da Justiça Federal em Campo Grande e, depois, que o alvará de soltura seja assinado pelo juiz de plantão. A expectativa é que todo o procedimento seja concluído antes das 18 horas de hoje.
André Puccinelli está sendo acusado pela PF de comandar um grupo num esquema de desvios de recursos públicos por meio do direcionamento de licitações públicas, superfaturamento de obras públicas, aquisição fictícia ou ilícita de produtos, financiamento de atividades privadas sem relação com a atividade-fim de empresas estatais, concessão de créditos tributários com vistas ao recebimento de propina e corrupção de agentes públicos. Os recursos desviados passaram por processos elaborados de ocultação da origem, resultando na configuração do delito de lavagem de dinheiro.