A culpa é do doente, ou: vai morrer longe daqui
Por Ariel Moreira Publicado 11 de abril de 2017 às 10:32

Resolvam os problemas e as diferenças que existem entre mandatários e servidores, mas nunca culpem o paciente pelas suas doenças.

Uma paciente, MCF, atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na Unidade Básica de Saúde (UBS) após realizar diversos exames (na rede particular, devido à gravidade de seu estado de saúde) e diagnosticada com câncer de colo de útero pela médica responsável(?), Dra. MMN, daquela UBS, foi orientada a buscar atendimento em qualquer outro hospital para a continuidade do tratamento… e dispensada.

Não houve encaminhamento, o que é estranho para quem conhece o corpo de profissionais da Saúde Municipal.

E agora, os familiares questionam o que farão? Qual será a peregrinação sem esse encaminhamento profissional?

Resposta(???) da Sesau…

As unidades básicas de saúde (UBS) e as unidades básicas de saúde da família (UBSF) possuem atendimento através de consultas pré-agendadas ou por encaixes. As consultas pré-agendadas, o paciente passa por uma análise preliminar de um médico generalista e posteriormente é encaminhado para um especialista. No encaixe, o paciente eventualmente é atendido sem um agendamento prévio mediante a ausência de um outro paciente que estava com o procedimento pré-agendado ou dentro da disponibilidade do profissional. Por se tratar de uma questão pontual, não é possível descriminar as razões pela qual a médica pediu novos exames e tampouco limitou o atendimento desta paciente. Entretanto, cabe ao profissional médico distinguir a necessidade ou não da paciente passar por novos procedimentos e, em sua maioria, são para dirimir dúvidas sobre a avaliação clínica. A paciente deve pedir ao médico que encaminhe ela para um outro profissional (negritado nosso) ou para que faça um agendamento pelo Centro de Especialidades Médicas para uma nova avaliação.

Estranho que a paciente, sem conhecimento, peça ao médico o encaminhamento. Se há diagnóstico, por que isso?

A crise pela qual passa a Saúde Pública Municipal de Campo Grande, que afeta diretamente à todos os profissionais de saúde, não pode desaguar nos pacientes. Deve ser resolvida pelo secretário Marcelo Vilela e, em última instância e na incapacidade desse e de seus diretores, pelo prefeito Marquinhos Trad. Aguardamos, como estão sendo aguardadas tantas soluções para a Capital.