O Brasil cujo penhor de liberdade já se conquistou com o braço forte, o Brasil que deu o seu Grito da Independência para libertar-se de todo jugo, jamais ser dependente de outro País e nem prisioneiro de qualquer escuridão.
“O 7 de Setembro pertence a todos os brasileiros e não deve ser reclamado ou usado por um grupo político ou ideológico específico que tente confundir o significado da data cívica com seus próprios objetivos egoístas. O Dia da Pátria, ao contrário da radicalização e da beligerância, deve ser a celebração pacífica e ordeira das melhores qualidades que marcam a formação da sociedade brasileira, como a pluralidade, a generosidade, a hospitalidade e, principalmente, a tolerância. Por seu simbolismo, seriam mais convenientes discursos e gestos que preguem a harmonia dos três poderes e o equilíbrio entre os entes de Estado, e não reações exaltadas ou interpretações equivocadas do texto constitucional.
O 7 de setembro é uma das datas comemorativas mais importantes do Brasil, justamente por abrigar um dos principais acontecimentos da nossa história: a nossa independência. Foi nesse dia, em 1822, que d. Pedro deu início a nossa trajetória como nação independente. Atualmente, o 7 de setembro é um feriado nacional que é marcado por comemorações públicas nas grandes cidades.
A independência foi resultado de um processo de desgaste nas relações entre os colonos brasileiros, sobretudo da elite, com Portugal. Isso teve relação direta com a Revolução Liberal do Porto de 1820, mas podemos considerar que tudo começou com a transferência da família real portuguesa para o Brasil, em 1808.
A transferência da família real foi uma consequência da Era Napoleônica e motivada pela invasão de Portugal pelas tropas francesas. A mudança da família real portuguesa para o Rio de Janeiro foi, portanto, uma fuga. Após se instalar no Rio de Janeiro, foi iniciado o que ficou conhecido como Período Joanino.
Esse nome faz referência a d. João VI, regente que esteve à frente de Portugal e só se tornou rei português a partir de 1816. Aqui no Brasil, d. João VI realizou uma série de medidas que contribuiu para a modernização do Brasil, promovendo desenvolvimento econômico e florescimento cultural e artístico.
Foi por causa da possibilidade de recolonização do Brasil que o nosso processo de independência iniciou-se. A elite econômica do país – nesse caso, a elite do Sudeste – não aceitava essa possibilidade porque afetaria seus interesses econômicos. Negociações estenderam-se durante 1820 e 1821, mas, a partir de 1822, o sentimento separatista começou a ganhar força.
Quem encabeçou a independência do Brasil foi o príncipe regente d. Pedro. À medida que a situação foi tornando-se irreconciliável, o príncipe foi convencido a liderar o processo de independência do Brasil. Em 7 de setembro de 1822, a situação mostrou-se insustentável, e o regente declarou a independência.
É importante dizer que o nosso processo de independência não foi pacífico, uma vez que houve resistência, o que resultou em batalhas em locais como Bahia, Pará e Cisplatina (atual Uruguai). As tropas ditas “brasileiras” venceram e conseguiram subjugar os movimentos de resistência.
Portugal acabou reconhecendo nossa independência em 1824, depois que os ingleses mediaram um acordo entre brasileiros e portugueses. O Brasil, como nação independente, organizou-se como uma monarquia e d. Pedro foi aclamado e coroado como imperador do Brasil. Assim, a partir de 1822, ele começou a ser de d. Pedro I.
Que a democracia seja a estrofe
É o momento de apaziguar. Não de alimentar delírios e, mesmo veladas, incitações a qualquer tipo de ruptura, violência institucional ou adesões de categorias como as ligadas à segurança, que por suas características, funções, legislações e regulamentos têm de ser fiéis ao Estado democrático de direito e à hierarquia e manter-se afastadas da disputa política. Tentativas reiteradas de demonstrar força muitas vezes apenas desnudam fraqueza”.
Serenidade e responsabilidade porque, no aflorar dos ânimos a cada dia mais elevados no tom, a estabilidade da democracia passa a ser ameaçada. Os direitos que são essenciais à saúde do regime democrático, como o da liberdade de expressão, de uma ora para outra são transformados em desafios extremos de honra e geram uma espécie de dívida que só se cobra e se paga no litígio, no fuzil, na sublevação feroz de irmãos atacando irmãos.
Se cada um não usar sua serenidade e sua responsabilidade para contaminar o todo, os estragos humanos, institucionais e patrióticos serão de tal impacto que para recompor sua essência e sua vigência serão necessários sabe-se lá quanto tempo ou quantas vidas terão custado.
O que domina a cena brasileira, infelizmente, não é mais um simples debate ou um inofensivo confronto de ideias. O ambiente, queiram ou não, é de incontida disposição para o clímax da beligerância, com ânimos insuflados por verdadeiros irresponsáveis de plantão. Que o povo brasileiro faça prevalecer sua voz, sua vez e sua brasilidade, afastando os destruidores da paz, os negacionistas do entendimento, os apagadores de fogo com gasolina.
É hora de ser o Brasil do raio vívido de amor e esperança que à terra desce, o Brasil cujo penhor de liberdade já se conquistou com o braço forte, o Brasil que deu o seu Grito da Independência para libertar-se de todo jugo, jamais ser dependente de outro País e nem prisioneiro de qualquer escuridão.
Que a união de seu povo liquide o ódio e lance ao esquecimento dos tempos aqueles que o disseminam e o praticam. Que de amor eterno seja o símbolo, para que os brasileiros e brasileiras tenham a paz no futuro alicerçada pelas glórias do passado.
Colaboração: Geraldo Silva/ folha de campo grande