
Caminhoneiros estão bloqueando as principais rodovias federais do país nesta segunda-feira (21) em protesto contra o aumento do preço do diesel, que será reajustado nesta terça-feira (22) em 0,97%. Está será a sexta vez que o preço do litro do combustível sofrerá aumento nas refinarias no intervalo de uma semana. Em Mato Grosso do Sul, já há relatos de trechos interditados nas rodovias BR-163, na altura do posto Caravaggio, em Campo Grande, e na MS-376, na cidade de Fátima do Sul.
O protesto é organizado no Estado pelo Sindicam (Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de MS) e nacionalmente pela ABCam (Associação Brasileira de Caminhoneiros). O presidente da entidade estadual, Osny Carlos Bellinati, diz que 19 mil trabalhadores assumiram a manifestação e não irão operar nesta segunda-feira. “Muitos estão em casa, alguns nos postos, mas a maioria não pegou estradas hoje por entender que as razões apresentadas pelo sindicato são válidas”, ressalta o sindicalista.
O aumento constante do preço nas refinarias e dos impostos que recaem sobre o óleo diesel tornou a situação insustentável para o transportador autônomo. Para a associação, a categoria é prejudicada diretamente pela nova política da Petrobrás de correção quase diária de preços dos combustíveis, já que dificultaria a previsão de custos por parte do transportador. A majoração de tributos como PIS/Cofins também contribuem para alta do preço do frete.
A Petrobras diz que as revisões podem ou não refletir para o consumidor final – isso depende dos postos. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, do Gás Natural e dos Biocombustíveis (ANP), o preço médio do diesel nas bombas já acumula alta de 8% no ano. O valor está acima da inflação acumulada no ano, de 0,92%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Além de MS, o protesto dos caminhoneiros ocorre nos estados da Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. As interdições não têm previsão para serem encerradas, mas a expectativas é que durem até a parte da tarde de hoje.