Empresário “Zeca Lopes” é condenado a 19 anos por crime de estupro de vulnerável
Por Redação Publicado 24 de outubro de 2017 às 06:35

Nesta segunda-feira (23), o empresário do ramo frigorífico José Carlos Lopes, o “Zeca Lopes”, envolvido em escândalo de exploração sexual de menores investigado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), foi condenado a 19 anos e dez meses de prisão pelo crime de estupro de vulnerável. A defesa informa irá analisar a decisão para definir recurso.  Conforme a decisão do juiz Marcelo Ivo, da 7ª Vara Criminal, o empresário foi condenado “por ter ficado demonstrado que ele praticou conjunção carnal e atos libidinosos com a vítima de 13 anos de idade e praticou atos libidinosos com a vítima de 10 anos, tendo, quanto a esta última, o juiz aplicado o atual entendimento do STJ no sentido de ser irrelevante a existência ou não de contato físico entre o agente e a vítima”.

Interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça registraram conversas entre “Zeca Lopes” e Rosedélia Alves Soares, a Rose, acusada de atuar no aliciamento de menores para a exploração sexual negociando encontros com adolescentes. Em um dos telefonemas divulgados na época, a cafetina diz que já está no motel com uma das adolescentes, aguardando o empresário.“Rose” também foi condenada e deve cumprir 25 anos, sete meses e 24 dias de prisão além de pagar 113 dias multa. De acordo com o processo e a decisão, ficou demonstrado que ela submeteu cinco vítimas à prostituição, sendo uma de 10 anos, duas de 13 anos e outras duas de 14 anos de idade.

Outras duas mulheres também foram condenadas por exploração sexual. Uma a 13 anos, cinco meses e 18 dias de prisão e ao pagamento de 33 dias-multa por submeter três vítimas à prostituição, sendo uma de 13 anos e outras duas de 14 anos de idade; e a outra acusada foi condenada a nove anos e quatro meses de reclusão, além do pagamento de 22 dias-multa por submeter duas vítimas à prostituição, sendo uma de 10 anos e outra de 13 anos de idade.

Ainda na sentença, o juiz absolveu as três acusadas da associação criminosa. Embora tenha havido comprovação que duas selecionavam as vítimas e prestavam suporte em suas entregas para serem prostituídas e exploradas sexualmente pelos clientes de Rosedélia, o juiz entendeu que não houve demonstração que elas tenham, em algum momento, atuado juntas para a prática dos crimes. As acusadas também foram absolvidas quanto ao crime de estupro de vulnerável. O advogado do empresário, José Belga Trad, informou no final da tarde, que ainda não havia sido notificado da decisão e que vai analisar a sentença. O advogado das outras três pessoas, José Roberto Rosa, disse que recorrerá da sentença.

Interceptações telefônicas detalharam ação criminosa (Imagens:Arquivo)