
Dois anos após o crime, o primeiro registro de feminicídio em Mato Grosso do Sul e que vitimou Isis Caroline da Silva (24), será levado a julgamento nesta segunda-feira (18), na cidade de Ribas do Rio Pardo o ex-marido de Isis, Alex Armindo Anacleto de Souza. O assassinato ocorreu em junho de 2015. A acusação através do Ministério Público do Estado, fica a cargo do Promotor de Justiça George Zarour Cezar. Alex é denunciado por homicídio qualificado, com quatro qualificadoras: motivo torpe, asfixia, dissimulação e feminicídio, além de ocultação de cadáver.
O casal estava separado e numa situação vista como preparação do crime Alex teria convidado Isis para fazer uma viagem, onde passariam o fim de semana em Água Clara. Ao desaparecer, Isis teria saído para fazer compras deixando as duas filhas sozinhas em casa. O corpo dela foi encontrado dias depois abandonado na zona rural da cidade de Ribas do Rio Pardo. Ela morava em Três Lagoas quando foi torturada, violentada e teve os cabelos raspados por Alex resolvendo então se mudar para Campo Grande.
Mesmo morando na Capital e com o novo companheiro, Isis era perseguida por telefone pelo ex-marido, que foi até o condomínio onde ela morava a obrigando a sair com ele. Em 2015, após a morte da filha, o pai José Severino disse que depois que a filha se mudou não deu chance nenhuma ao ex-marido, que segundo ele era dissimulado. Preso, em seu depoimento Alex revelou que levou Isis para as margens do córrego Mutum, onde começou a discussão, até que a afogou e deixou o corpo no local. Ela foi encontrada a cinco metros de onde ele apontou para a polícia, já em estado de decomposição.
Alex ainda disse que a morte de Isis ocorreu porque ele perdeu a cabeça, mas que os dois haviam reatado. “Peguei o carro do meu pai e passei na casa dela. Ela não pensou duas vezes em viajar comigo para Ribas do Rio Pardo, mas aí, acabamos brigando por causa do pai de uma das filhas dela”, afirma.
Desaparecida
Isis Caroline foi dada como desaparecida no dia 1º de junho de 2015, após sair para fazer compras. Ela deixou as duas filhas sozinhas em casa e o Conselho Tutelar foi acionado. Um boletim de ocorrência de desaparecimento foi registrado e a Polícia Civil começou a investigar o caso. O autor do crime foi preso no mesmo dia em Três Lagoas transferido para Campo Grande.
Foto: Arquivo Midiamax