Pessoas sem condições de trabalhar estão perdendo benefícios, alertam sindicalistas
Por André Farinha Publicado 30 de agosto de 2017 às 15:00

Sindicalistas sul-mato-grossenses vêm recebendo uma série de reclamações de pessoas com problemas de saúde e que estão impedidas de trabalhar informando que os peritos-médicos do Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS) não estão desempenhando a atividade de forma correta e que ainda estariam prejudicando quem realmente precisa do auxílio-doença e da aposentadoria por invalidez. Segundo a informação, a operação pente-fino promovida pelo Governo Federal já cancelou mais de 1.500 auxílios-doença em Mato Grosso do Sul, ao todo, 7.832 benefícis deverão ser revisados no Estado.

Na avaliação de Alcídes dos Santos Ribeiro,  presidente da Federação das Associações dos Aposentados e Pensionistas de Mato Grosso do Sul (Fapems), a manutenção de apenas 10% dos auxílios-doença revisados pode provocar um grande caos social não só no Estado, mas em todo o Brasil. “Se o Governo revisasse apenas 30% dos grandes salários pagos hoje no país já teria a economia desejada, sem precisar das costas dos trabalhadores assalariados.”, destacou.

“Por que, ao invés de tirar o pouco de quem ganha tão pouco, o Governo não reduz os grandes salários pagos aos deputados, senadores e aos altos escalões do governo e até nas esferas do judiciário?”, complementou.

Para José Lucas da Silva, presidente da Federação Interestadual dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias de MS e MT (Feintramag) e coordenador da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB/MS), ao que tudo indica, a perícia do INSS não está fazendo esse trabalho de revisão levando em consideração dados técnicos. “Acreditamos que estão cortando por cortar para alcançar a meta de economia de R$10 bilhões por ano ao final do pente fino.”, afirma.

Segundo eles, pessoas que realmente não têm condições de voltar ao mercado de trabalho estão sofrendo ainda mais agora, sem os recursos financeiros para se manterem. Os representantes sindicalistas pedem o apoio e a intervenção de autoridades do Ministério Público e dos parlamentares para que intervenham no assunto para que o pente-fino não provoque injustiças e que seja cortado de quem realmente tem condições de voltar ao mercado de trabalho.