Copa Suruga: Chapecoense perde para Urawa Reds Diamonds
Por André Farinha Publicado 15 de agosto de 2017 às 08:45
Abe decide o título para o time de Urawa em infração muito questionada pelos brasileiros, que ironizaram arbitragem com aplausos. Verdão agora foca em sair do Z-4 do Brasileirão (Foto: Globoesporte/Reprodução)

Uma falha na marcação, o jogador avança e é derrubado pelo zagueiro adversário na pequena área. O juiz, atento, marca pênalti. Insofridos, os jogadores reclamam da marcação, e muito, sustentam a tese de que não tocaram no atleta japonês. Em conversa, os juízes sinalizam e determinam a cobrança. O relógio já anunciava ter ultrapassado os 45 minutos do segundo tempo: era defender ou voltar para o Brasil sem o caneco. O goleiro Jandrei salta em direção à bola, mas não alcança. A redonda balança as redes, é gol, é o título dos donos da casa, Urawa Reds Diamonds. Apesar da pressão no fim, a Chapecoense não conseguiu igualar o marcador e teve que se contentar com o vice-campeonato da Copa Suruga, disputada no Japão na manhã desta terça-feira (15).

Foi mais uma partida festiva do que propriamente uma final de torneio. A Chapecoense, em mais uma aula de marketing para reestruturar seu caixa após a tragédia do último ano, viajou para o Japão em excursão, antes passou pela Europa onde disputou uma partida amistosa contra o Barcelona – perdeu por 5 a 0. A Copa Suruga, que reúne o campeão japonês contra o campeão sul-americano, dá aos participantes uma significativa importância em dinheiro – e dinheiro é coisa que não se recusa.

Antes do apito inicial uma série e homenagens. Até mesmo o lendário Zico foi condecorado com uma placa no estádio em reconhecimento aos trabalhos realizados pelo futebol japonês. Também houve a lembrança dos atletas mortos no acidente aéreo da Chape, em especial àqueles que atuaram na terra do Sol Nascente: Cleber Santana, Thiago, Kempes, Caio Jr. e Arthur Maia.

Em suma, viu-se um jogo de raras oportunidades. Na primeira parte, a Chape apenas assistiu os japoneses jogarem. Sim, o domínio foi absoluto dos donos da casa, que encerraram o primeiro tempo com 66% da posse de bola. Mais ao mesmo tempo em que controlavam as jogadas dentro das quatro linhas, os japoneses não finalizavam com efeito, desperdiçaram muitas e muitas oportunidades de abrir o marcador.

No segundo tempo, a coisa mudou de figura. A Chapecoense finalmente acordou para o jogo e conseguiu ter maior domínio da bola. Apodi, única referência do Verdão no ataque, era quem recebia todas as bolas, mas pecava na finalização. Outro jogador que chegou bem perto de marcar foi  Arthur Caike, que recebeu nas costas da zaga e arriscou um belo chute, defendido pelo arqueiro inimigo. A bola não entrava e ambos os times pareciam aguardar o apito final para decidir o troféu nos pênaltis. E foi quase isso, aos 42 Grolli derruba Zlatan na área e, após muita discussão e reclamação, Abe converteu aos 47 para o Urawa Reds Diamonds.

Houve ainda uma pequena pressão da Chape nos últimos minutos do acréscimo. Teve até um impedimento de Apodi. Mas não deu tempo. Aos 54 minutos, o juiz coreano apontou para o centro de campo e encerrou a partida, garantindo o título para os japoneses. A propósito, ao longo da história da Copa Suruga, este foi o sexto título do Japão no troféu. Os sul-americanos já foram quatro vezes campeões, do Brasil, apenas o internacional conseguiu a façanha, em 2009, ao ganhar por 1 a 0 do Oita Trinita. Em 2013, o São Paulo perdeu por 3 a 2 para o Kashima Antlers.